Conscientização do Alzheimer: HPS reforça importância de tratamento multidisciplinar

Neurologista do Hospital Pelópidas Silveira, no Recife, destaca sintomas e reforça que nem todo esquecimento está relacionado à doença

Publicado em 17/09/2024 às 18:40 | Atualizado em 17/09/2024 às 22:11

A quantidade de pessoas com demências no Brasil deve aumentar mais de 200% até 2050. De acordo com estudo publicado na revista científica The Lancet, do Global Burden of Diseases (Carga Global das Doenças), o número deve saltar de 1,8 milhão (2019) para 5,6 milhões, um aumento de 200%.

A doença de Alzheimer está entre 60% e 70% dos casos. O dia de conscientização da doença é no próximo sábado (21). O Alzheimer é a principal forma de demência degenerativa em idosos.

O diagnóstico é feito a partir de exame clínico de médico especialista com apoio de exames laboratoriais e de imagem, como tomografia ou ressonância magnética.

Tratamento para Alzheimer

A enfermidade é progressiva, irreversível e sem cura, tendo como marcadores a perda de memória, dificuldade para lembrar de palavras e datas, problemas para fazer tarefas corriqueiras e mudanças no comportamento.

“O tratamento da doença de Alzheimer vai além de tomar medicamentos. É preciso melhorar a rotina, alimentação, hidratação e estímulos cognitivos do paciente para retardar a velocidade da progressão da doença. Terapias multidisciplinares e comportamentais e o apoio da família são fundamentais nesse processo e para dar qualidade de vida ao paciente”, afirma o neurologista Herickssen Medeiros, que atua no Hospital Pelópidas Silveira, referência em neurologia e cardiologia em Pernambuco.

O Hospital Pelópidas Silveira é o primeiro serviço com perfil exclusivo de neurologia e cardiologia do SUS no Brasil. O hospital integra a rede estadual de saúde e está sob gestão da Fundação de Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH).

Sintomas

O profissional ressalta que é preciso ficar atento aos sinais de alerta da doença, como o esquecimento recorrente de questões que deveriam estar fixadas na mente e a perda de habilidades.

“É comum o paciente ter um processo de negação e esconder as alterações. Por isso, a importância do olhar das pessoas próximas e de se buscar um especialista. Nós vamos verificar se o paciente está com alguma infecção, se tem alteração nas vitaminas, problemas emocionais, como depressão, insônia. Precisamos descartar diversas patologias antes de fechar o diagnóstico de Alzheimer”, destaca Medeiros.

  • 1º estágio: perda de memória, mudanças na personalidade e alterações nas habilidades visuais e espaciais;
  • 2º estágio: problemas de fala e coordenação motora. Em seguida, surge dificuldade
    para comer, incontinência urinária e fecal e aumento do déficit motor;
  • Estágios mais avançados: dor na deglutição, infecções recorrentes, além de agitação e incosciência.

Segundo o especialista, apenas o esquecimento não é suficiente para diagnóstico de Alzheimer. O próprio envelhecimento ou a falta de estímulos cerebrais diversificados ao longo da vida também afetam a cognição.

É possível evitar a enfermidade? 

O neurologista pontua que quanto mais estímulos cognitivos o indivíduo tiver ao longo da vida, a partir da leitura ou ganho de habilidades diversas, mais redes cerebrais são criadas. Com isso, a progressão da doença será mais lenta. “Quanto menos estímulo, maior a predisposição da doença avançar mais rápido, pois serão menos redes para serem destruídas”, diz o neurologista.

O diagnóstico rápido é fundamental para evitar que o problema piore. "Precisamos ficar atentos se não estamos tendo dificuldade em lembrar informações simples, prejudicando o dia a dia. Esse pode ser um indicativo para procurar um profissional para avaliar o quadro e conseguir um diagnóstico preciso”, destaca.

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