Videocast do JC debate desafios da longevidade e caminhos para um envelhecimento saudável

Em 2060, Brasil deve ter mais de 73 milhões de idosos. Aumento da faixa etária vem de fatores como avanço da medicina e redução da taxa de fecundidade

Publicado em 08/10/2024 às 18:10

Outubro é considerado o Mês do Idoso, dedicado a despertar a sociedade para as questões do envelhecimento, da necessidade de promover ações que melhorem e que zelem pela vida da população idosa. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem aproximadamente 32 milhões de pessoas idosas, o que corresponde a cerca de 15% da população total. A expectativa é de que ultrapasse os 73 milhões de idosos até 2060.

Esse é o tema do 12º episódio do videocast Saúde e Bem-Estar, transmitido ao vivo pelo JC Play (canal do Jornal do Commercio no YouTube), nesta quarta-feira (9), às 20h, para discutir os cuidados necessários para alcançarmos a longevidade com qualidade de vida. Para falar sobre os desafios e assistência essencial para os idosos, o videocast contará com a presença de duas médicas geriatras, Carla Núbia Borges e Mirella Rebello

Durante o episódio, o público poderá enviar perguntas ao vivo para as médicas e participar da conversa. Ao longo do programa, vamos falar também sobre o Estatuto da Pessoa Idosa. Os principais pontos da legislação são: prioridade em atendimentos de saúde, setores públicos e privados; reserva de vagas especiais; descontos ou gratuidades em transportes coletivos; benefícios previdenciários especiais.

A efetivação desses direitos ainda enfrenta desafios, como a necessidade de implementação adequada das políticas públicas e a conscientização da sociedade sobre a importância de tratar os idosos com respeito e dignidade.

O Brasil integra a estratégia global, proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030), que tem como missão estruturar uma sociedade com melhores condições de vida para a pessoa idosa.

Esse desafio se torna ainda mais relevante diante do contexto atual de acelerada transição demográfica no País, que demonstra desigualdades sociais no processo de envelhecimento. Esse processo requer respostas das políticas sociais, o que inclui pensarmos em novas formas de cuidado, em especial os cuidados prolongados e a atenção domiciliar. 

O que é longevidade?

No Brasil, 9 em cada 10 pessoas dizem ter algum conhecimento sobre o conceito de longevidade, mas apenas 38% declaram saber exatamente o significado. Esse cenário é um dos achados da recém-lançada pesquisa pelo Grupo Bradesco Seguros, em parceria com o Instituto de Pesquisa Locomotiva e o especialista em envelhecimento Alexandre Kalache, que avaliou o Indicador de Longevidade Pessoal (ILP) dos brasileiros.

Em uma escala de 0 a 100, que avalia parâmetros desde saúde física e mental a interações sociais e educação financeira, a média da população brasileira é de 64 pontos. Ou seja, há espaço para melhorias em termos de conhecimento e atitudes para uma vida mais longeva.

Segundo o estudo, a sociedade ainda não atribui aos idosos conceitos como vida social ativa, com 80% dos respondentes associando-os a conceitos conservadores. Em contrapartida, 71% declararam que as pessoas mais velhas são fontes de inspiração e 89% concordam que elas têm muito a ensinar aos mais jovens.

O levantamento ainda destaca que as finanças se mostraram o aspecto mais desafiador da longevidade para os brasileiros: somente 4 em cada 10 entrevistados possuem reserva financeira para a aposentadoria. Ainda assim, quase metade (49%) considera que suas atitudes financeiras contribuem para a longevidade.

A saúde mental foi outro ponto investigado pela pesquisa. E foi um pilar com baixo desempenho. Apesar de 61% das pessoas considerarem que suas ações com a saúde mental contribuem muito para a longevidade, apenas 29% afirmam ter muitas oportunidades para realizar atividades de lazer.

O brasileiro demonstra preocupação com os cuidados com a saúde, comumente associados a longevidade, mas alguns recortes se destacam negativamente: 52% dos brasileiros entre 18 e 29 anos buscam atendimento de saúde apenas quando estão com muito incômodo/problemas graves de saúde; menos de 1/3 da população comem três ou mais porções de frutas, legumes ou verduras por dia; e, nas classes D e E, 10% não costumam consumir estes alimentos.

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