Fim de ano e metas não atingidas: Como lidar com a pressão e proteger sua saúde mental

Com a chegada do fim do ano, cresce o impacto da pressão por resultados na saúde mental; saiba como controlar a ansiedade e evitar o burnout

Publicado em 28/10/2024 às 14:31

Com a aproximação do fim do ano, uma preocupação constante dos profissionais de saúde mental, no período, é o aumento observado no número de pessoas que enfrentam crises de ansiedade, depressão e burnout.

Essa tendência se estende não apenas aos que já são diagnosticados com esses transtornos, mas também àqueles que até então não tinham nenhum quadro.

Esses casos podem ser críticos nesse período do meio do ano, muitos tiram férias, viajam e além daqueles que percebem que já se passou metade do ano e muitas das metas estabelecidas não foram atingidas.

O Dr. Vicente Beraldi Freitas, médico e consultor em saúde da Moema Assessoria em Medicina e Segurança do Trabalho, esclarece: "Conforme avançamos no ano, um período em que muitos refletem sobre suas realizações e estabelecem novas metas, é natural que surjam sentimentos conflitantes. Enquanto alguns encontram felicidade e satisfação, outros podem sentir-se insatisfeitos, tanto pessoal quanto profissionalmente, o que pode desencadear problemas de saúde mental."

O que pode causar

Diversos fatores contribuem para casos de depressão, ansiedade e burnout no final do ano, incluindo rupturas pessoais, dificuldades financeiras, perda de entes queridos e frustrações no trabalho, entre outros.

A atenção a esses sinais e uma resposta mais urgente podem evitar que esses casos se aprofundem.

O Dr. Vicente Beraldi Freitas observa que, principalmente entre os jovens, tem havido um aumento alarmante de casos relacionados à ansiedade, que afetam diretamente suas vidas, relacionamentos e desempenho profissional.

"Houve casos em que as pessoas não conseguiram continuar trabalhando e pediram demissão como resultado. Embora haja medidas para mitigar essa situação, os desafios estão se tornando cada vez mais complexos."

Características

Esses transtornos mentais são caracterizados por uma preocupação excessiva e constante com eventos negativos que podem ocorrer.

As crises de ansiedade frequentemente fazem com que as pessoas se desconectem do presente, resultando em sintomas físicos como falta de ar, sudorese e arritmia cardíaca. O Dr. Vicente Beraldi Freitas destaca a complexidade dessas situações.

"A ansiedade pode ser desencadeada por fatores internos e externos, e a pandemia, com todas as incertezas e desafios que trouxe, serviu como um gatilho para muitas pessoas, exacerbando também os casos de depressão."

Mesmo antes dos eventos recentes, como a pandemia e as brigas políticas, já se observava um aumento nas taxas de ansiedade, especialmente entre as gerações mais jovens.

Isso pode ser atribuído em parte ao estilo de vida moderno, no qual o uso constante de smartphones e computadores leva a uma desconexão das experiências do mundo real.

"Os jovens estão cada vez mais mergulhados no mundo virtual, e a sociedade muitas vezes perpetua a ideia de que o sucesso pessoal e profissional é facilmente alcançável. Essa discrepância entre a realidade e as expectativas pode levar à ansiedade", adverte o Dr. Vicente Beraldi Freitas.

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