Daltonismo: o que é e como realmente afeta a visão
Diferentes tipos de daltonismo afetam a percepção de cores específicas; exames oftalmológicos são essenciais para um diagnóstico preciso
É um engano pensar que pessoas com daltonismo vivem em um mundo em preto e branco, sem enxergar cores. Esse é um dos principais mitos sobre essa condição ocular, pois a maioria dos daltônicos tem dificuldade em perceber cores específicas, como o verde e o vermelho, ou o azul e o amarelo.
O daltonismo afeta aproximadamente um em cada 12 homens, enquanto entre as mulheres, a incidência é de uma em cada 200.
Embora o distúrbio, tecnicamente chamado de discromatopsia, seja frequentemente associado a causas genéticas, ele também pode surgir devido a lesões nos olhos ou condições de saúde, como tumores cerebrais e diabetes.
Conforme explica a oftalmologista Samantha de Albuquerque, consultora da HOYA Vision Care – empresa japonesa especializada em lentes de alta tecnologia para correção visual –, os daltônicos podem ser classificados como dicromatas, quando não conseguem distinguir uma das três cores primárias, ou como tricromatas anômalos, em que os receptores de cor apresentam alterações.
“Ainda sobre os tricromatas, existem três subtipos: protanopia, que significa que a pessoa vê o vermelho desbotado, como bege, marrom ou cinza; deuteranopia, que afeta a cor verde e o indivíduo enxerga em escalas marrons; e por último, tritanopia, quando altera os tons de azul e amarelo, tornando-os verde ou bege e rosa ou lilás, além de não reconhecerem a cor laranja”, detalha a médica.
O daltonismo geralmente é detectado durante a infância ou adolescência, já que tende a influenciar o aprendizado e o desempenho escolar. Identificar o distúrbio nessa fase é essencial para minimizar impactos na socialização e permitir adaptações no ambiente, assim como estratégias de apoio ao desenvolvimento.
Diagnóstico e tratamento
Para diagnosticar o daltonismo, a especialista menciona três exames: o anomaloscópio de Nagelan, as lãs de Holmgren e o famoso teste de cores de Ishihara, que exibe padrões de pontos coloridos, revelando números ou formas para avaliação de anomalias na percepção de cores.
“Ainda não existe tratamento para o daltonismo congênito. Para alguns casos, os médicos recomendam lentes de óculos com filtro de cor, que podem apurar o contraste. Já as formas adquiridas do distúrbio devem ser tratadas nas causas do problema", explica a oftalmologista.
"É preciso destacar que a condição não é impedimento para uma rotina normal e em ocorrências leves, não prejudica a qualidade de vida”, completa.
Embora testes online possam ajudar a identificar possíveis sinais de daltonismo, eles não substituem uma avaliação precisa feita por um oftalmologista. Ao perceber qualquer alteração na visão, é fundamental buscar a orientação de um profissional qualificado para obter o diagnóstico e acompanhamento corretos.