Oropouche ultrapassa 11 mil casos confirmados no Brasil e mobiliza Ministério da Saúde
Até o momento, há 4 mortes associadas ao vírus, e outras quatro permanecem em investigação. Também há 5 casos de transmissão vertical confirmados
Diante do aumento de casos de oropouche no Brasil, o Ministério da Saúde reconhece a necessidade de intensificar esforços em estratégias de vigilância, prevenção e capacitação. A doença, transmitida pelo inseto maruim, tem despertado atenção das autoridades, que buscam agir para conter a disseminação.
Desde 2023, o País tem registrado um avanço no número de casos de oropouche, com mais de 11 mil casos confirmados neste ano de 2024. A transmissão já foi identificada em 22 Estados, exceto: Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul, que só tiveram casos importados.
Até o momento, foram confirmados quatro óbitos associados ao vírus, e outros quatro permanecem em investigação.
Também foram confirmados cinco casos de transmissão vertical (quatro óbitos fetais e um por anomalia congênita), e outros 24 casos de transmissão vertical seguem em investigação (20 óbitos fetais e quatro anomalias congênitas).
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel, destacou a situação do Espírito Santo. Nas últimas quatro semanas, o Estado concentrou 98,7% dos casos de oropouche registrados no Brasil.
"O Espírito Santo adotou uma forte vigilância, com aumento da testagem de amostras negativas para dengue, zika e chikungunya, o que tem permitido diagnósticos mais precisos", explica.
"Essa abordagem serve como modelo para outros Estados, considerando que cerca de 40% dos casos prováveis de arboviroses no Brasil testam negativo para essas doenças, o que indica a possível presença de outros patógenos", acrescenta.
É importante destacar que, apesar de outros municípios do Estado do Espírito Santo terem confirmados casos esporádicos, 96% dos casos registrados nas últimas quatro semanas estão concentrados em cinco municípios.
Sintomas de oropouche
A infecção pelo vírus oropouche provoca sintomas como febre, dor de cabeça prolongada e intensa, dor muscular e nas articulações. Também podem ocorrer tontura, dor nos olhos, calafrios, sensibilidade à luz, náuseas e vômitos.
Em casos mais graves, podem surgir sangramentos e problemas no sistema nervoso. Os sintomas costumam durar de dois a sete dias, mas em algumas pessoas podem ser mais intensos.
Embora alguns sintomas sejam semelhantes aos da dengue, o tratamento deve ser avaliado de acordo com cada caso, pois a doença ainda está sendo melhor compreendida.
Prevenção e medidas de controle
A prevenção e o controle são essenciais para minimizar o risco de exposição ao vírus oropouche, especialmente em áreas com presença do transmissor.
Confira as principais recomendações para proteção individual, manejo ambiental e precauções adicionais, com foco em grupos vulneráveis, como gestantes:
- Roupas protetoras: utilize calças, camisas de mangas longas, meias e sapatos fechados para cobrir áreas expostas do corpo.
- Evitar exposição ao transmissor: reduza o contato com os maruins, que têm maior atividade ao amanhecer e no final da tarde.
- Uso de telas e mosquiteiros: instale telas de malha fina (com gramatura inferior a 1,5mm) nas janelas e mosquiteiros para bloquear a passagem do vetor.
- Repelentes: embora a eficácia contra maruins não tenha comprovação, o uso de repelentes é recomendado para proteção contra outros insetos, como Culex e Aedes aegypti.
- Manejo ambiental: a principal medida de controle é a manutenção do ambiente limpo, a fim de evitar o acúmulo de material orgânico, como folhas e frutos de plantas.
- Cuidados com gestantes: As grávidas devem evitar atividades que envolvam risco de exposição ao vetor, como a limpeza de quintais.