Mais de 1,2 milhão de brasileiros convivem com Alzheimer e lúpus: diagnóstico precoce pode salvar vidas
A campanha do Fevereiro Roxo conscientiza sobre o Alzheimer, fibromialgia e lúpus, que são doenças crônicas e não têm cura. Confira

O Fevereiro Roxo é um mês dedicado à conscientização sobre três condições de saúde que impactam milhares de brasileiros: Alzheimer, fibromialgia e lúpus.
Essas doenças, embora distintas, são doenças crônicas, ou seja, não têm cura definitiva e persistem ao longo do tempo.
A campanha visa destacar a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e de tratamentos adequados.
Doenças exigem tratamento diversificado
Por não existir cura, as doenças precisam de tratamento que englobam todas as áreas da vida, não apenas o combate à doença.
É preciso que o foco esteja na qualidade de vida dos pacientes, que sempre irão conviver com o problema.
Então, além dos medicamentos, outras frentes como terapia ocupacional, psicoterapia, fisioterapia (no caso do lúpus e fibromialgia), entre outras práticas de medicina complementar podem ser indicadas.
Vale destacar que o impacto emocional e social dessas doenças não se limita apenas ao paciente, afetando também suas famílias.
“A escuta ativa e o reconhecimento do sofrimento emocional ajudam a fortalecer a adesão ao tratamento e a melhorar a qualidade de vida, promovendo um cuidado mais humano e efetivo”, destaca o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Unicamp.
Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente idosos, causando declínio progressivo das funções cognitivas, como memória, comportamento e raciocínio.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra 1,2 milhão de casos, com 100 mil novos diagnósticos a cada ano. A prevenção, no entanto, começa muito antes da terceira idade.
“A manutenção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, uma dieta balanceada, estímulo cognitivo e o controle de condições como hipertensão, diabetes e colesterol, devem ser incentivadas para evitar o desencadeamento da doença na terceira idade”, explica o especialista.
Fibromialgia
A fibromialgia é caracterizada por dor generalizada, fadiga e alterações de humor.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 3% da população brasileira sofre com a doença, que ainda é subdiagnosticada e mal compreendida, o que dificulta o acesso a tratamentos adequados.
Além da dor, sintomas como fadiga, distúrbios do sono, “névoa cerebral” e rigidez muscular são comuns. O diagnóstico é desafiador devido à semelhança com outras condições médicas.
“O tratamento auxilia a prevenir as crises, gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes para que seja possível ter uma vida plena”, avalia o Dr. Marcelo Valadares.
O tratamento deve ser diverso, incluindo medicamentos, fisioterapia, exercícios leves e técnicas de relaxamento.
Lúpus
O lúpus é uma doença autoimune que afeta aproximadamente 65 mil brasileiros.
Caracterizada por períodos de atividade e remissão, a condição ocorre quando o sistema imunológico ataca os próprios tecidos do corpo, causando sintomas variados, como fadiga, dores articulares, lesões cutâneas e sensibilidade ao sol.
“O tratamento tem como objetivo controlar os sintomas, prevenir danos permanentes aos órgãos afetados e proporcionar mais qualidade de vida às pessoas”, explica o especialista.
Medicamentos imunossupressores, anti-inflamatórios e corticosteroides são comumente utilizados, aliados a mudanças no estilo de vida, como proteção solar rigorosa e atividade física moderada.