O delegado federal Alexandre Alves, que ficou conhecido por comandar as investigações do assassinato do promotor de Justiça Thiago Faria de Godoy Magalhães, foi escolhido como o secretário-executivo de Defesa Social (SDS) em Pernambuco. Ele será o braço direito da também delegada federal Carla Patrícia Cintra, que foi nomeada na última segunda-feira (02) como titular da SDS.
Mal assumiu o novo cargo, Alexandre Alves já recebeu a primeira missão. Nessa terça-feira (03) ele esteve na comitiva do governo de Pernambuco que deu as boas-vindas ao primeiro cruzeiro de turistas estrangeiros a aportar no Recife este ano.
Também participaram da visita o novo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Tibério César dos Santos; o diretor da Diretoria Integrada Especializada da PM, coronel Alexandre Tavares; e o diretor adjunto da DPO, coronel Fred Saraiva. O secretário de Turismo e Lazer do Estado, Daniel Coelho, também esteve presente.
Antes de aceitar o convite para ser o número 2 da segurança pública de Pernambuco, Alexandre Alves era delegado regional de Combate ao Crime Organizado no Estado.
ASSASSINATO DE PROMOTOR
O assassinato do promotor Thiago Faria, de 36 anos, ocorreu na manhã de 14 de outubro de 2013. A vítima passava pela PE-300, em direção ao município de Itaíba, Agreste de Pernambuco, onde trabalhava, quando teve o veículo bloqueado por outro carro. Os assassinos desceram e já foram atirando.
No momento do crime, o promotor estava acompanhado da noiva, a advogada Mysheva Martins, e do tio dela, Adautivo Martins. Ambos sobreviveram.
Um ano após o homicídio, sem conclusão da Polícia Civil e com linhas de investigação contraditórias, a Polícia Federal em Pernambuco entrou na investigação. A decisão da federalização foi tomada por unanimidade pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em agosto de 2014, após pedido feito pelo procurador-geral da República na época, Rodrigo Janot.
A motivação do crime, segundo as investigações da Polícia Federal (que seguiu a mesma linha inicial da Polícia Civil), foi a disputa por terras.
Thiago atuou de maneira incisiva na imissão de posse da Fazenda Nova, onde o mandante do crime, José Maria Pedro Rosendo Barbosa, morava e que foi desapropriada em favor de Mysheva, que arrematou 25 hectares da fazenda, incluindo a casa-sede, em um leilão da Justiça Federal.
CONDENAÇÕES
Em outubro de 2016, dois acusados foram condenados pela Justiça Federal. José Maria pegou 50 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de homicídio contra o promotor e tentativa de homicídio contra Mysheva e Adautivo.
José Marisvaldo Vitor da Silva acabou sentenciado a 40 anos e oito meses de reclusão pelos mesmos crimes. Adeíldo Ferreira dos Santos foi absolvido, pois os jurados não consideraram as provas contra ele consistentes.
Em dezembro do mesmo ano, José Maria Domingos Cavalcante acabou condenado a 19 anos de prisão por participação na morte do promotor de Justiça. Um quinto envolvido, Antônio Cavalcante Filho, estava foragido desde a época do crime.
José Maria Rosendo chegou a fugir da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, em fevereiro de 2019. Mas foi capturado em julho do mesmo ano, na cidade de Corumbá, divisa do Brasil com a Bolívia, no Mato Grosso do Sul.