VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Homens que se passavam por motoristas de aplicativo são presos após sequestrar e abusar de passageiras

Os três motoristas são suspeitos de sequestrar, achacar, roubar e estuprar as passageiras

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Julianna Valença

Publicado em 14/03/2023 às 21:04 | Atualizado em 14/03/2023 às 22:55
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Três homens, de 26, 27 e 29 anos, foram presos nessa segunda-feira (13) suspeitos de integrar uma quadrilha que usava aplicativos de transporte para cometer crimes contra passageiras.

Os rapazes são suspeitos de sequestrar, achacar, roubar e estuprar mulheres que solicitavam corridas sozinhas na Grande São Paulo.

Uma vítima de 46 anos, que foi mantida como refém após embarcar no Jardins, na zona oeste da capital paulista, foi libertada durante a operação.

MOTORISTAS DE APLICATIVO SÃO PRESOS POR CRIMES CONTRA A MULHER

O trio foi detido na Vila Curuçá, na zona leste de São Paulo, após perseguição policial.

Segundo o delegado do caso, eles estariam a caminho do cativeiro para onde a vítima seria levada, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Um quarto suspeito de integrar a quadrilha fugiu.

As investigações apontaram que a quadrilha teria praticado ao menos sete sequestros usando aplicativos variados de transporte desde fevereiro deste ano, parte com suspeita de estupro.

"Algumas vítimas relataram que os criminosos ficaram as chamando de "gostosinha", "maravilhosa", começaram a passar as mãos nas coxas, nas partes íntimas, nos seios", disse ao Estadão o delegado Ronald Quene Justiniano, titular da 4.ª Cerco.

Segundo ele, os alvos foram abordados em bairros como Vila Maria, Penha, Tatuapé, Carandiru e Santana, além da região do Jardins.

O modus operandi repetia alguns padrões. Em ação eram sempre um Volkswagen Voyage, que se passava por carro de aplicativo, e um HB20, que dava suporte durante o sequestro. "É o chamado ?cavalo?, usado só para transporte de criminosos", diz o delegado. O tempo de sequestro variava de 5 a 12 horas.

 

PRISÃO

Os policiais começaram a monitorar a quadrilha desde o dia 2, quando a influenciadora digital Giovanna Pacheco, de 19 anos, foi sequestrada após solicitar uma corrida de madrugada no Carandiru.

"A foto do aplicativo não era compatível com o motorista de fato, mas, mesmo assim, ela ingressou no veículo", diz o delegado Ronald Quene Justiniano. Cerca de cinco minutos depois, dois homens abordaram o carro e anunciaram o assalto.

"Eles simularam que haviam roubado o motorista do aplicativo", diz. O condutor, porém, era um dos integrantes e ia para o segundo veículo da quadrilha.

Giovanna foi mantida em cativeiro por quase 12 horas. Nesse período, além de ter os pertences levados e de ser obrigada, com ameaças a mão armada, a transferir todo o dinheiro que tinha via Pix, a influenciadora também viu a quadrilha acionar conhecidos para pedir recursos para a soltura dela. Conforme a polícia, o prejuízo total teria sido de R$ 20 mil.

Os criminosos, segundo o delegado, também teriam a obrigado a fazer filmagens do corpo dela para que guardassem e tocado o corpo da vítima. Giovanna se manifestou sobre o caso nas redes sociais. "Eles bateram na minha bunda, para mim foi um abuso."

A prisão do trio foi convertida em preventiva por tempo indeterminado. Um quarto suspeito conseguiu escapar. A refém foi libertada sem ferimentos.

*Da Estadão Conteúdo

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