VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: Psicóloga faz alerta aos pais e docentes sobre saúde mental dos jovens

Novos casos de ameaças e ataques em escolas e creches no País preocupam cada vez mais os pais
Raphael Guerra
Publicado em 05/04/2023 às 16:10
Quatro crianças morreram e outras ficaram feridas após o ataque em uma creche em Blumenau, Santa Catarina, na manhã de ontem Foto: ANDERSON COELHO / AFP


A sequência de ameaças e ataques em escolas e creches pelo País, como o episódio violento que deixou quatro crianças mortas em Blumenau, Santa Catarina, nesta quarta-feira (05), reforça a necessidade de atenção à saúde mental dos jovens. 

Pais de crianças e adolescentes estão preocupados com os recentes casos de violência nas escolas. Alguns, inclusive, já estão procurando as diretorias das instituições de ensino para saber quais as medidas que estão sendo adotadas para garantir a segurança dos filhos.

Mas não basta reforçar a segurança na entrada das escolas, por exemplo, como pontua a psicóloga Ana Cristina Fonseca, professora da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). É preciso ir além e questionar: de que forma as famílias e as escolas podem e devem auxiliar na condução do comportamento desses jovens? O que é preciso estar atento?

De acordo com a psicóloga, as crianças e adolescentes estão muito susceptíveis à violência porque as estruturas cognitivas e psíquicas ainda não estão bem fortalecidas. Ela afirma que, na adolescência, a delicadeza do “momento de passagem” faz com que essas emoções sejam vividas de uma maneira mais intensa.

“Hoje, a escola é o lugar dos relacionamentos, onde há um maior convívio entre esses jovens. Sobretudo, tendo em vista, a nova forma de organização urbana, onde as crianças vivem dentro dos apartamentos, não brincam mais nas ruas, não praticam jogos coletivos presencialmente”, diz.

Por isso, pais e professores precisam reforçar o diálogo com os jovens sobre toda e qualquer situação.

“Escutar os alunos para saber sobre quais questões preocupam eles. E poder falar sobre o que eles pautarem. Todos nós temos agressividade, é impossível viver sem agressividade. No entanto, é preciso canalizar esse comportamento para ações saudáveis. E isso é possível na medida em que se usa a energia disponível para ações coletivas e produtivas. Quando não expressamos por meio das palavras, surgem os atos. E a violência é exposta”, considera Ana Fonseca.

AMEAÇAS EM ESCOLAS NO INTERIOR DE PERNAMBUCO

No começo da semana, duas escolas localizadas no interior de Pernambuco precisaram reforçar a segurança após ameaças recebidas pelas redes sociais.

As instituições fazem parte da rede estadual de ensino de Pernambuco. Segundo a Secretaria de Educação e Esportes, a Polícia Militar foi acionada para, junto aos vigilantes, garantir o policiamento na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) João Batista Vasconcelos, no município de Tacaratu, e a EREM de Jatobá, que fica em Petrolândia.

A Polícia Civil também foi acionada para investigar as ameaças.

"As instituições envolvidas encaminharam as publicações em redes sociais às autoridades competentes e registraram um boletim de ocorrência", informou a secretaria.

A EREM de Jatobá manteve as aulas com a segurança reforçada na última segunda-feira. Já na EREM João Batista de Vasconcelos, as aulas ocorreram de forma remota.

"A Secretaria de Educação e Esportes reforça que possui, em sua proposta político-pedagógica, a promoção de ações voltadas para a cultura de paz nas escolas", completou a pasta.

VÍDEO: CRIANÇAS são MORTAS em ATAQUE a CRECHE em Blumenau (SC)

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