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Justiça decreta prisão dos suspeitos de matar juiz em Jaboatão; eles seguem para o Cotel

Homens foram presos em uma casa na praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho

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Raphael Guerra

Publicado em 24/10/2023 às 11:46 | Atualizado em 24/10/2023 às 18:31
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A Justiça decretou, na manhã desta terça-feira (24), a prisão preventiva dos três homens suspeitos de envolvimento na morte do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Os suspeitos foram identificados como Kauã Vinícius Alves da Rocha, 19 anos, Esdras Ferreira de Lima, 21, e Alcides da Silva Medeiros Júnior, 20.  

Apenas o primeiro teria participado da  morte do magistrado. Os outros dois foram flagrados pela polícia, no momento da prisão, descaracterizando o carro Ônix da cor vermelha usado no crime.

Mesmo assim, o delegado Roberto Ferreira decidiu solicitar as prisões dos três por entender que há elementos que indicam uma associação criminosa. "Não se pode descartar, ao menos nesta fase inicial, a participação dos demais autuados", descreveu no auto do flagrante enviado à Justiça. 

Os suspeitos tiveram as prisões decretadas durante a audiência de custódia e foram encaminhados ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.

De acordo com o comunicado do TJPE, o trio deve responder pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte). Mas a Polícia Civil de Pernambuco segue investigando se essa foi mesmo a motivação do crime. 

Os suspeitos foram presos, nessa segunda-feira (23), numa casa na praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife.

O carro usado no assassinato do juiz também foi apreendido e encaminhado, junto ao trio, para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, no Recife. 

WELLINGTON LIMA/JC IMAGEM
Carro usado por criminosos para matar juiz foi apreendido e passará por perícia - WELLINGTON LIMA/JC IMAGEM

COMO OCORREU O ASSASSINATO DO JUIZ?

Na noite da última quinta-feira (19), o juiz Paulo Torres teria ido caminhar na Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. O assassinato aconteceu no retorno dele, a 300 metros de casa, na Rua Maria Digna Gameiro, no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes. 

O tiro foi na cabeça, segundo a polícia. A vítima, após ser baleada, bateu com o carro em um muro.

VEJA O VÍDEO DO MOMENTO:

Nenhum pertence do juiz foi levado no crime. Ele estava sem documentos, mas a família justificou que ele tinha a carteira de habilitação digital no celular. 

O juiz era titular da 21ª Vara Cível da Capital. 

INVESTIGAÇÃO

Durante a semana estão previstos depoimentos de testemunhas - entre familiares e colegas de trabalho do magistrado.

 

O delegado Roberto Ferreira, titular da 12ª Delegacia de Homicídios, está no comando do inquérito.

O caso é acompanhado pelo Departamento de Segurança Institucional do Poder Judiciário, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

Por meio de nota, a assessoria do CNJ declarou que, por enquanto, "não nos cabe alguma manifestação já que o devido processo investigativo está em curso pelas autoridades locais".

Além do CNJ, uma força-tarefa formada por promotores de Justiça de Jaboatão dos Guararapes e do com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco, também foi criada para acompanhar as investigações.

QUEM ERA O JUIZ MORTO?

Paulo Torres Pereira da Silva estava na magistratura há mais de três décadas.

"Conhecido como Paulão, o magistrado era muito querido por todos que fazem o Judiciário pernambucano. Tinha 69 anos e era juiz há quase 34 anos. Em várias oportunidades, atuou como desembargador substituto", disse o TJPE.

Paulo Torres tomou posse na magistratura pernambucana no dia 25 de abril de 1989. Através do Ato 130/1989, publicado no dia 19 de abril do referido ano, no Diário Oficial da Justiça, ele foi nomeado magistrado, em virtude de aprovação em concurso público de provas e títulos para exercer o cargo de juiz de direito, na Comarca de Verdejante, iniciando o exercício de sua função no dia 26 de abril de 1989.

Em 1991, Paulo Torres assumiu a 2ª Vara da Comarca de Salgueiro. A partir do referido ano, ele também atuou como juiz das Comarcas de Serrita, São José do Belmonte, Parnamirim, Belém de São Francisco e Escada. Em 1993, o magistrado atuou na Comarca de Jaboatão dos Guararapes. Em seguida, atuou na Comarca do Cabo de Santo Agostinho.

A chegada à Comarca da Capital aconteceu em 1994. No Recife, foi juiz na 8ª Vara Cível, na 1ª Vara da Fazenda Municipal e no I Juizado Especial de Pequenas Causas do bairro do Rosarinho. Atuou também nas 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 10ª, 13ª, 16ª, 17ª e 18ª Varas Cíveis da Capital.

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