Polícia segue à procura de mais suspeitos de matar juiz em Jaboatão dos Guararapes
Três homens suspeitos de participação no crime estão presos preventivamente. Motivação do crime ainda não foi confirmada pela Polícia Civil
A Polícia Civil segue com as investigações para identificar e prender mais suspeitos de envolvimento no assassinato do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Três homens foram presos preventivamente, mas só serão indiciados após a conclusão do inquérito.
Os investigadores agora trabalham com a hipótese mais forte de latrocínio (roubo seguido de morte) e associação criminosa. Mas outras linhas - inclusive a suspeita de que o magistrado pode ter sido morto em função do exercício do seu trabalho - seguem sob avaliação. Ele era titular da 21ª Vara Cível da Capital.
Dos três suspeitos presos na praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, na segunda-feira (23), apenas um teria participado efetivamente da abordagem ao juiz. Os outros dois estariam descaracterizando o carro que foi usado no crime, ocorrido na última quinta-feira na Rua Maria Digna Gameiro, no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes.
Pelo menos mais dois homens teriam participado da abordagem ao juiz. Ao menos um deles a polícia já sabe o apelido e faz buscas para encontrá-lo.
A polícia já sabe que o carro usado no crime, um Ônix de cor vermelha, havia sido roubado no dia 3 de outubro no Cabo de Santo Agostinho. O veículo passou por perícia, nessa terça-feira, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife.
SUSPEITO DISSE QUE JUIZ FOI MORTO APÓS REAGIR
Segundo depoimento de um dos suspeito à polícia, os criminosos anunciaram o assalto logo após se aproximarem do carro do juiz. Mas a vítima teria se negado a sair do veículo.
Um dos assaltantes teria ameaçado atirar, e o juiz teria respondido que não fizessem isso, pois "todo mundo iria ouvir". O outro criminoso teria começado a apalpar o motorista a fim de identificar se ele não estava armado. Foi nesse momento que o magistrado teria tentado sair com o carro e acabou atingido por um tiro na cabeça. Os assaltantes teriam voltado para o carro usado na abordagem (um Ônix de cor vermelha) e fugido.
A câmera de segurança de um prédio registrou o momento em que o carro do magistrado é cercado e, um tempo depois, o momento em que o veículo bate no muro.
O crime aconteceu a cerca de 300 metros da residência do juiz. Nenhum pertence teria sido levado do carro da vítima.
Os suspeitos foram identificados como Kauã Vinícius Alves da Rocha, 19 anos, Esdras Ferreira de Lima, 21, e Alcides da Silva Medeiros Júnior, 20. Apenas o primeiro teria participado da morte do magistrado.
Após passarem por audiência de custódia, eles estão no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.
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INVESTIGAÇÃO
O delegado Roberto Ferreira, titular da 12ª Delegacia de Homicídios, responsável pelo caso, ainda não deu entrevista sobre as prisões.
O caso também é acompanhado pelo Departamento de Segurança Institucional do Poder Judiciário, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e por uma força-tarefa formada por promotores do Ministério Público de Pernambuco.
QUEM ERA O JUIZ MORTO?
Paulo Torres Pereira da Silva estava na magistratura há mais de três décadas.
Ele tomou posse na magistratura pernambucana em 25 de abril de 1989. Ele foi nomeado magistrado, em virtude de aprovação em concurso público de provas e títulos para exercer o cargo de juiz de direito, na Comarca de Verdejante.
Em 1991, Paulo assumiu a 2ª Vara da Comarca de Salgueiro. Ele também atuou como juiz das Comarcas de Serrita, São José do Belmonte, Parnamirim, Belém de São Francisco e Escada. Em 1993, o magistrado atuou na Comarca de Jaboatão dos Guararapes. Em seguida, atuou na Comarca do Cabo de Santo Agostinho.
A chegada à Comarca da Capital aconteceu em 1994. No Recife, foi juiz na 8ª Vara Cível, na 1ª Vara da Fazenda Municipal e no I Juizado Especial de Pequenas Causas do bairro do Rosarinho. Atuou também nas 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 10ª, 13ª, 16ª, 17ª e 18ª Varas Cíveis da Capital.