INVESTIGAÇÃO

Incêndio criminoso: imagens de câmera perto da casa do presidente da União Brasil foram apagadas

Polícia segue à procura de pistas para esclarecer autores do incêndio nos imóveis de Antônio Rueda e da irmã dele, na praia de Serrambi, Litoral Sul de Pernambuco

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Raphael Guerra

Publicado em 03/04/2024 às 11:31
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O incêndio nas casas do presidente nacional da União Brasil, Antônio Rueda, e da irmã dele, no Condomínio Toquinho, na praia de Serrambi, Litoral Sul de Pernambuco, continua cercado de mistério. Apesar de a Polícia Civil ter indícios de que dois criminosos invadiram os imóveis e atearam fogo, eles ainda não foram identificados.

Na última segunda-feira (1º), a Polícia Civil conseguiu localizar uma câmera, em uma marina, que fica bem perto do condomínio. Mas o proprietário alegou que as imagens referentes ao dia 11 de março, quando ocorreu o incêndio, foram apagadas. Ele argumentou à polícia que um técnico teria mexido e houve a perda das gravações também dos dias 12 a 15 do mesmo mês.

A câmera foi apreendida e encaminhada para perícia no Instituto de Criminalística. O objetivo é identificar se foi proposital a exclusão das imagens captadas pela câmera. Não há prazo para conclusão da análise.

Dias após o incêndio, uma outra câmera conseguiu identificar que havia dois homens numa das casas. Mas a qualidade era muito ruim e não foi possível visualizar ao menos os rostos dois autores. 

PERÍCIA DO INCÊNDIO FOI ENTREGUE

O laudo da perícia nos imóveis que foram incendiados já estão em poder da Polícia Civil, mas não houve divulgação oficial do resultado. 

No dia seguinte ao crime, peritos estiveram no local e identificaram que, na primeira casa, de Rueda, o incêndi começou no sofá. Já no imóvel de Maria Emilia de Rueda, irmã dele, as chamas tiveram início na cama. "Uma espécie de recado ter sido justamente na cama", avaliaram os investigadores, na ocasião. 

A polícia quer identificar ainda se houve mandante para o crime. 

ACUSAÇÕES

O incêndio nas casas de Serrambi aconteceu em meio à disputa de poder na União Brasil, que estava sob a presidência do deputado federal Luciano Bivar até 29 de fevereiro. A defesa de Rueda não descartou que a possibilidade de motivação política no incêndio. 

"Ele (Rueda) está atemorizado, está realmente escandalizado nesse contexto de escalada de violência política que se faz. Que se inicia com ameaças, que se repetem, e agora — ao que tudo sugere, não posso afirmar categoricamente — nesses dois incêndios que escalam gravemente essa crise que se instalou", alegou o advogado Paulo Catta Preta, após o incêndio. 

BIVAR NEGOU RELAÇÃO COM INCÊNDIO

No mesmo dia, Luciano Bivar foi questionado por jornalistas e negou relação com o incêndio. 

"São ilações. Por exemplo, a mulher do presidente (Florinda Rueda) foi no meu apartamento também e roubou meu cofre. Essas coisas também são acusações. Eu cedi confiantemente o segredo e ela roubou todo o dinheiro", disse.

O político afirmou que a quantia que teria sido furtada "era um valor significativo". 

Antônio Rueda já tinha acionado o Judiciário para pedir que Bivar fosse investigado por ameaça.

O presidente eleito do União Brasil prestou queixa na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal. Mas como Bivar tem foro privilegiado por ser deputado federal, o tema será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, Bivar teria gravado um vídeo fazendo ameaças de morte contra Rueda e a família dele. As imagens estão sob investigação da Polícia Civil do Distrito Federal.

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