Notícias sobre segurança pública em Pernambuco, por Raphael Guerra

Segurança

Por Raphael Guerra e equipe
PROJETO DE LEI

Fim das faixas salariais da Polícia Militar e bombeiros é aprovado na Alepe e vai à sanção de Raquel Lyra

Com aprovação do lei complementar nº 1671/2024, extinção das faixas salariais será feita de forma escalonada, em três partes, até 2026

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Raphael Guerra

Publicado em 07/05/2024 às 17:56 | Atualizado em 07/05/2024 às 20:18
Votação sobre fim das faixas salariais dos militares acontece no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco - JAILTON JR/JC IMAGEM

Sob protestos da categoria, o projeto de lei complementar nº 1671/2024, que extingue as faixas salariais dos policiais e bombeiros militares, foi aprovado no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na tarde desta terça-feira (7). Agora, seguirá para sanção da governadora Raquel Lyra. 

Na primeira votação, 43 deputados estaduais disseram "sim", e houve uma abstenção de Romero Albuquerque. Cinco deputados estavam ausentes. 

Em seguida, três emendas apresentadas por parlamentares foram rejeitadas. A primeira, de Fabrízio Ferraz (Solidariedade), tinha como proposta a manutenção da contribuição dos militares mesmo em caso de afastamento da função. Foram 25 votos contrários e 19 a favor. 

A segunda emenda em votação foi a de Mário Ricardo (Republicanos), que pretendia criar uma nova data para promoção dos policiais e bombeiros, em abril. Mas houve derrota de 23 contra 20 votos a favor.

Por fim, Joel da Harpa e Alberto Feitosa, ambos do PL, apresentaram uma emenda de interstício, com apoio de 18 parlamentares, para antecipar para extinção das faixas salariais para 2025, um ano antes do proposto pelo governo estadual. A emenda foi derrotada por 26 votos contra 16. 

Após a análise das propostas de emendas, a oposição reforçou que, mesmo insatisfeita, iria votar a favor do projeto de lei complementar do governo estadual, como forma de não prejudicar os militares. Mas destacou que o projeto não atendia à categoria, já que a extinção total será escalonada. 

Na segunda votação, 41 deputados estaduais foram favoráveis à aprovação do projeto. Somente o deputado Romero Albuquerque votou contra. Sete estavam ausentes. 

O governo Raquel Lyra sai vitorioso, após 63 dias de discussões e apresentações de emendas para que o projeto original fosse alterado. 

PROJETO DO GOVERNO

O projeto de lei apresentado pelo governo de Pernambuco prevê a extinção da faixa "A" em junho deste ano. Já a faixa "B" será em junho de 2025. E, finalmente, em junho de 2026, as demais faixas, inclusive possibilitando reajustes salariais variados.

Segundo o governo estadual, no primeiro ano o impacto financeiro será de R$ 97,3 milhões. Já em 2025, será de R$ 293,4 milhões. Por fim, em 2026, será de R$ 610,4 milhões.

O projeto ainda prevê os aumentos salariais de 3,5% neste ano, 3,5% em 2025 e mais 3% em 2026.

Desde 2017, no governo Paulo Câmara (PSB), há cinco faixas salariais para os praças da PM e dos bombeiros em Pernambuco. Um soldado, por exemplo, recebe inicialmente R$ 3.419,88 de salário. Se ele atingir o topo, o valor poderá chegar a R$ 4.947.

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Os militares desejavam que todas as faixas fossem extintas ainda em 2024, mas a gestão estadual alegou que não há orçamento disponível.

MUDANÇAS NO SALÁRIO

Com a sanção do projeto de lei complementar, o valor do soldo inicial para a base da carreira (soldados da faixa "A") passará já em junho para R$ 4.406,41. A partir de 2026, quando se conclui o processo, o valor inicial da carreira passará a ser de R$ 5.617,92.

Além da extinção progressiva das faixas, o que automaticamente reajusta o valor médio de soldo pagos na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros, ainda haverá os reajustes progressivos anuais no valor dos soldos.

ASSOCIAÇÃO DA PM DIZ ESTAR ALIVIADA

O presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Luiz Torres, comentou o resultado da aprovação do projeto de lei complementar.

"A gente fica aliviado, porque sabemos que o fim das faixas salariais vai acontecer até 2026. O que deixa a gente triste é a forma como isso foi tratado, sem discutir a nossa reposição salarial. Não haverá um reajuste de 64%, como tem se falado. Nossa briga era que o governo enviasse dois projetos de lei, sendo um sobre as faixas e outro sobre reajuste salarial, mas isso não foi feito", disse.

"Infelizmente, o governo estadual não tem colocado as entidades de classe para negociar. Mas a luta não parou. Agora vamos buscar melhorias das condições de trabalho para a categoria. Tem batalhão que nem água mineral tem", afirmou.  

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