Em depoimento, Deolane Bezerra nega crimes à polícia; leia detalhes

Advogada e influenciadora digital foi presa nesta quarta-feira (4) em operação que investiga lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais

Publicado em 04/09/2024 às 15:26 | Atualizado em 04/09/2024 às 23:27

A advogada, empresária e influenciadora digital Deolane Bezerra negou envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, em depoimento à polícia, na sede do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife.

Deolane foi presa preventivamente, nesta quarta-feira (4), no Novotel Marina, localizado no Cais de Santa Rita, na área central do Recife, durante a Operação Integration, que apura crimes de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais. 

A coluna Segurança teve acesso com exclusividade à íntegra do depoimento. Nele, a influenciadora declarou que as fontes de renda dela são oriundas de trabalhos de publicidade e como empresária. E que sua renda líquida mensal é de R$ 1,5 milhão, somando todas as fontes.

Questionada, ela afirmou que não possui ficha criminal, nunca foi presa e não possui arma de fogo.

Ela confirmou que teve contrato com a empresa Esportes da Sorte, com sede no Recife, e que o contrato foi encerrado em maio deste ano.

Deolane afirmou que possuía três contas bancárias para receber pagamentos por trabalhos realizados, mas que todas foram encerradas. E que atualmente tem uma conta digital.

A influenciadora declarou que não emprestou suas contas bancárias para terceiros, nem deixou que outras pessoas movimentassem as contas delas.

No depoimento, Deolane ressaltou que não teve envolvimento com lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores provenientes do crime.

Disse ainda que não é sócia de qualquer empresa. Mas que administra a empresa Bezerra Publicidade e Comunicação LTDA.

Deolane declarou que adquiriu uma Lamborghini Urus Performante por meio dessa empresa, com valor aproximado de R$ 3,85 milhões. O veículo, segundo ela, pertencia a Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da empresa Esportes da Sorte.

Ela pontuou que não tinha envolvimento administrativo com a empresa.

No interrogatório, Deolane também foi questionada sobre um dos filhos, que, segundo ela, tem 17 anos, não vive com ela e é emancipado.

A influenciadora declarou que ele trabalha com publicidade, mas que desconhece a renda dele, nem sabe falar sobre as movimentações em dinheiro entre as contas do filho e da mãe dela, Solange Alves Bezerra, que também foi presa nesta quarta-feira.

A OPERAÇÃO

Na Operação operação denominada "Integration", estão sendo cumpridos 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão domiciliar. Os alvos são pessoas investigadas por lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais.

A 12ª Vara Criminal da Comarca de Recife também decretou o sequestro de bens como carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações e bloqueio de ativos financeiros avaliados em mais de R$ 2,1 bilhões.

Além do Recife, mandados estão cumpridos na Paraíba, Barueri, São Paulo, Paraná, Goiás e Minas Gerais.

O empresário Darwin Henrique da Silva Filho, um dos investigados, é considerado foragido. Ele não foi encontrado no apartamento onde mora, na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

O advogado do empresário, Pedro Avelino, afirmou que o mandado de prisão "causou estranheza".

"A gente não teve acesso ainda à medida cautelar. A gente só vai poder falar quando tiver acesso aos autos. Há um ano e meio Darwin se colocou à disposição para prestar esclarecimentos. A gente vê esse pedido de prisão com muita estranheza porque em nenhum momento ele foi intimado para prestar depoimento", afirmou Avelino.

Segundo o advogado, o empresário está viajando a trabalho e não pretende se apresentar à polícia. "Ele não está no Recife porque viaja toda semana."

O QUE DIZ A EMPRESA ESPORTES DA SORTE?

Em nota à imprensa, a empresa Esportes da Sorte declarou que "ainda não teve acesso à decisão judicial que autorizou busca e apreensão em sua sede".

"Ressalta, contudo, que, desde março de 2023, tem prestado todos os esclarecimentos necessários nos autos do inquérito policial em curso, através de diversas petições e documentos apresentados pelo escritório Rigueira, Amorim, Caribé e Leitão – Advocacia Criminal", disse.

"As atividades de aposta de cotas fixas da empresa cumprem rigorosamente a Lei n.º 13.756/2018 e Lei 14.790/2023 com excelência jurídico-regulatória e acompanhamento de auditoria independente e sistema de compliance", pontuou a nota.

"A operação policial será impugnada perante o Juízo competente, demonstrando-se que houve interpretação precipitada e equivocada dos fatos apurados, sem qualquer análise ou consideração dos argumentos já apresentados. Tanto é assim que a autoridade policial não apreendeu qualquer objeto, documento ou equipamento na sede da empresa", afirmou o texto.

"A Esportes da Sorte, como sempre esteve, permanece à disposição das autoridades", completou.

 

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