Servidor do INSS é suspeito de desbloquear 70 mil benefícios para empréstimos de R$ 945 milhões
Operação da Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Criminoso estaria atuando desde 2022

Um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é suspeito de participação em um esquema de fraudes previdenciárias que pode ter resultado em um prejuízo estimado em R$ 945 milhões. Nessa quarta-feira (12), uma operação da Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o suspeito em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco.
A Operação Unblock, como foi denominada, é resultado da investigação que apontou que cerca de 70 mil desbloqueios de benefícios foram realizados indevidamente para contratação de empréstimos consignados, sem a solicitação dos titulares das contas ou de seus representantes legais.
"Em um dos casos analisados, o servidor manipulou um benefício de titular incapaz, excluindo o seu representante legal para permitir o desbloqueio e averbação do consignado", informou a Polícia Federal, em nota.
O esquema fraudulento estaria sendo praticado pelo servidor do INSS desde 2022, atingindo contas de todos os estados do País. O nome do suspeito não foi revelado.
ARMA ENCONTRADA NA CASA DO SUSPEITO
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, expedido pela 28ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, policiais federais recolheram um notebook, um smartphone e uma pistola calibre 9mm na casa do suspeito. Um novo inquérito será instaurado contra o suspeito por crime de posse ilegal de arma de fogo de calibre restrito.
A Justiça Federal também determinou que o servidor seja afastado das funções públicas.
"A análise do material apreendido nessa fase da investigação possibilitará à Polícia Federal ratificar os elementos de prova já colhidos no curso da apuração, apontando autoria e materialidade delitivas, além de auxiliar na identificação de outros envolvidos nas fraudes sob apuração", disse a PF.
Os crimes investigados são de inserção de dados falsos em sistema de informações e corrupção, cuja penas somadas podem passar de 24 anos de reclusão.