Apenas 15,3% das famílias pernambucanas fizeram algum tipo de viagem em 2019. Cerca de 97% delas foram nacionais, boa parte para dentro do próprio Estado e o meio de hospedagem preferido foi a casa de parentes e amigos. No ranking nacional, Pernambuco ficou em 11° lugar entre os Estados mais visitados. Essas são algumas conclusões do módulo Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2019, publicada hoje (12) pelo IBGE, em convênio com o Ministério do Turismo (MTur). Pela primeira vez, o levantamento considera o setor, um fato por si só positivo em uma área que historicamente carece de dados para entender o comportamento dos consumidores e subsidiar políticas públicas.
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O estudo questionou os entrevistados se, em seu domicílio, houve ao menos uma viagem nos três meses anteriores à entrevista (julho a setembro de 2019). O levantamento considerou como viagem todo deslocamento de ida e volta feito por pelo menos uma pessoa do domicílio a um lugar fora de seu entorno habitual, fosse por motivos profissionais, religiosos, estudos, tratamento de saúde, consultas médicas ou lazer, incluídas as de curta duração, com saída e retorno no mesmo dia.
De antemão, as informações sobre Pernambuco já revelam que as viagens ainda não fazem parte da rotina da maior parte das famílias. Em números absolutos, o Estado é o 11° emissor. Já em termos proporcionais, ocupa a antepenúltima posição entre os viajantes do País, à frente apenas do Amapá (14,7% do total de domicílios) e Alagoas (11,4% do total). O que soa como um dado negativo, na verdade, revela um amplo mercado em potencial. Vale buscar entender as razões dessa falta de interesse ou possibilidade, para criar ou oferecer produtos que se adequem ao perfil das pessoas.
Segundo a pesquisa, do total de 3,2 milhões de domicílios pernambucanos, em 497 mil (15,3% do total) foi registrado ao menos algum deslocamento por razões pessoais ou a trabalho. No total, os pernambucanos realizaram 645 mil viagens no ano passado. Destas, 97,3% (628 mil) foram nacionais e 2,7% (17 mil), internacionais. Além disso, 576 mil viagens (89,3%) foram realizadas por motivos pessoais e as 69 mil restantes (10,7%), por necessidade profissional. No País, a proporção de viagens por razões pessoais é menor: 85,6%.
Na maioria dos domicílios onde não foi registrada nenhuma viagem (2,75 milhões) no período de referência do levantamento (julho a setembro de 2019), a principal causa alegada é a falta de dinheiro (55,5%), percentual maior que a média do Brasil (48,9%). Outras razões são não ter havido necessidade (17%) e falta de tempo (12,1%). Os demais motivos elencados foram falta de interesse (5,8%), problemas de saúde (3,8%) e não ser prioridade (3%). Não gostar de viajar e não ter companhia compõem os 2,8% restantes.
Pernambuco foi o 11º Estado mais visitado do Brasil
De acordo com a Pnad Turismo, Pernambuco foi o 11º Estado mais visitado do Brasil em 2019, com 652 mil viagens nacionais tendo a "terra dos altos coqueiros" como destino. Os números representam 3,2% do total dos deslocamentos dentro do Brasil. No Nordeste, Pernambuco foi o terceiro Estado que mais recebeu turistas, atrás da Bahia, na terceira posição (8,7%) e do Ceará, no oitavo lugar (4,3%).
Pernambuco também ocupa a 11º posição no ranking das unidades da federação que mais emitem viajantes. O estado aparece como local de origem de 3% das viagens nacionais, totalizando 628 mil deslocamentos. Vale ressaltar que esses números se referem tanto a viagens dentro do próprio Estado quanto a movimentações interestaduais.
Quase metade das viagens em Pernambuco foi feita para aproveitar sol e praia
O principal motivo pessoal para viajar alegado pelos entrevistados foi o lazer (36,2% das viagens). Das 209 mil viagens feitas com esse objetivo por moradores de Pernambuco, 44,7% foram para aproveitar sol e praia, 32,1% tiveram finalidade cultural, 13,3% estavam ligados a outros tipos de viagem, tendo como objetivo, por exemplo, a prática de esportes, e os 10% restantes estavam relacionados à natureza, ecoturismo e aventura.
Os outros motivos pessoais para viajar incluíram visita a parentes e amigos (30,1% das viagens), tratamento de saúde e bem-estar (23%), compras pessoais (5,4%), outros eventos, como cruzeiros, cursos, estudos e congressos (2,4%), eventos familiares ou de amigos (1,9%) e região e peregrinação (1,1%).
Casas de parentes e amigos são os principais locais de hospedagem, representando 45,4% de todas as viagens realizadas.
Na sequência, com 31,2%, ficou a opção “outros”, que incluem resorts, aluguel de apartamentos por temporada ou Airbnb, albergue ou hostel e camping. O terceiro lugar ficou por conta dos hotéis e flats (14,9%), seguidos pelas pousadas (6,1%) e por imóvel próprio (2,1%).
Quatro em cada dez viagens são feitas em carro particular ou de empresa. O avião (14,9%) e o ônibus de linha (14,1%) estão praticamente empatados como modalidades utilizadas no deslocamento. O quarto lugar é
ocupado por outros meios de transporte (carro alugado, navio, barco, táxi, aplicativo de transporte, trem), com 10,5% da preferência dos viajantes. Os modais restantes são os ônibus de excursão, fretado ou turismo (5,8%) e motocicletas (2,2%).
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