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Coronavírus: não é recomendado tomar vitamina C no tratamento

Sociedade Brasileira de Infectologia alerta sobre a suplementação de vitamina C no tratamento do coronavírus. Nutricionista Rafael Sá esclarece sobre importância de alimentação saudável

Gabriela Máxima
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Gabriela Máxima
Publicado em 16/03/2020 às 14:22 | Atualizado em 16/03/2020 às 15:56
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MEDICAÇÕES Pacientes podem ter acesso a remédios que não têm cobertura das operadoras de saúde, bastando aprovação na Anvisa - FOTO: DIVULGAÇÃO

Os principais sintomas do coronavírus são tosse, febre e dificuldade para respirar. Não à toa, nos primeiros dias as pessoas acabam confundindo o Covid-19 com uma gripe. Para combater o desconforto, é natural que elas também recorram à suplementação de vitamina C, bastante comum entre os brasileiros. De acordo com comunicado da Sociedade Brasileira de Infectologia, consumir vitamina C não é recomendado no tratamento da coronavírus por falta de evidência científica. O nutricionista Rafael Sá também alertou sobre a questão. 

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Os especialistas esclarecem que não é recomendado utilizar a suplementação de vitamina C, além de outras medicações, para o tratamento do Covid-19 por falta de evidências científicas de eficácia e segurança. O documento divulgado pelo órgão destaca inclusive que o uso de corticoide pode piorar a evolução de outras viroses respiratórias como gripe.

Sobre a vitamina C, o nutricionista Rafael Sá afirmou que o consumo de duas ou três porções de frutas cítricas é suficiente para suprir a necessidade diária da substância. O profissional reforçou também que o consumo desses alimentos traz benefícios para a saúde, como a melhora do sistema imunológico. "Frutas como laranja, tangerina, limão e acerola são ricas em vitamina C. É importante inserir essas frutas com alto teor de vitamina C em uma alimentação equilibrada, mas não é recomendado fazer a suplementação até o momento", esclareceu. 

Confira trecho do documento da Sociedade Brasileira de Infectologia sobre o uso de vitamina C e outros medicamentos no tratamento do coronavírus.

A Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda que nenhuma medicação, como lopinavir-ritonavir, cloroquina, interferon, vitamina C, corticoide, etc, seja usada para tratamento de pacientes com COVID-19 até que tenhamos evidência científica de sua eficácia e segurança. Algumas delas, como o corticoide, já demonstraram que podem piorar a evolução de outras viroses respiratórias, como na gripe. Esta recomendação pode mudar à luz de novos conhecimentos científicos, especialmente porque vários estudos clínicos estão em andamento. O remdesivir, que há estudo clínico em andamento fora do Brasil; é administrado por via endovenosa e cuja molécula é próxima da TAF (tenofovir alafenamida), antirretroviral usado nos EUA para pessoas vivendo com HIV, parece ser o antiviral com maior potencial de benefício para a COVID-19 e efeitos colaterais aceitáveis. Devemos lembrar de um dos princípios éticos da Medicina, que em latim é PRIMUM NON NOCERE, ou seja, primeiro não causar dano ao paciente. Só estudos clínicos permitirão avaliar a eficácia e segurança de qualquer medicação.

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