Dias após ter tomado posse como secretária de Cultura do governo Jair Bolsonaro, a atriz Regina Duarte concedeu entrevista ao Fantástico, da TV Globo, e defendeu que todas as minorias têm espaço para se expressar, mas que devem procurar patrocínios na sociedade civil para isto. O programa foi veiculado nesse domingo (8).
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A resposta de Regina foi de que “o dinheiro público deve ser usado de acordo com algumas diretrizes importantes, porque é o que população que elegeu esse governo [Bolsonaro] espera dele.”
Além disso, a dirigente de Cultura complementou que o governo Bolsonaro “governa pra todos” e que “todos estão livres para se expressar”. No entanto, ela acredita que devem ser buscados “patrocínios na sociedade civil”.
“Governa pra todos. E todos estão livres pra se expressar. Contanto que busquem seus patrocínios na sociedade civil. Você não vai fazer filme pra agradar a minoria com dinheiro público.”.Regina Duarte
A “namoradinha do Brasil” também falou sobre os desafios à frente da pasta, as pressões que sofreu nos últimos dias e as polêmicas entre o governo e a classe artística.
Ditadura
O repórter também questionou a secretária sobre possíveis flertes de Bolsonaro com o período da Ditadura Militar no Brasil, e perguntou se ela sente desconforto com a admiração;
Em resposta, ela diz estar "vivendo a história do país do jeito que ela vem", porque a história anda.
"Não. Eu tô vivendo a história do meu país do jeito que ela vem. Porque a história ela é... Ela anda", defendeu. "Eu acho que pra trás não existe, ninguém vive olhando pro retrovisor. Vamos ficar no presente e vamos olhar pra frente".
Prioridades
Regina afirmou que já existem diversas pautas positivas em prioridade, e que lamenta ter perdido tempo desfazendo intrigas, fake news e acusações.
A atriz acredita que a Lei Rouanet, política de incentivos fiscais que possibilita empresas e cidadãos aplicarem uma parte do Imposto de Renda devido em ações culturais, precisa de mudanças.
"Eu acho que a Lei Rouanet precisa de alguns ajustes e estamos pensando nisso seriamente. Porque eu acho que ela pode ser mais democratizada, o bolo pode ser repartido em fatias mais equilibradas, mais justas, pra todo fazedor de cultura, de arte", defende.
Repercussão
Nas redes sociais, a entrevista com a nova secretária deu o que falar. Cineastas e opositores ao governo Bolsonaro criticaram a posição de Regina sobre os assuntos abordados.
Pra Regina Duarte, só tem direito a apoio estatal os projetos culturais que se ajustarem à ideologia e às crenças religiosas do governo Bolsonaro. As minorias podem até produzir suas obras (aww), mas com patrocínios da sociedade civil.
Só pra constar: isso fere a Constituição. https://t.co/vvY86XYoe5
— Pablo Villaça (@pablovillaca) March 9, 2020
"você não vai fazer uma obra pra agradar a minoria com dinheiro público"
regina duarte agora em entrevista pro fantástico
a que ponto a gente chegou
— louie ponto (@louieponto) March 9, 2020
Erro grave de Regina Duarte afirmar que a polarização começou a partir do #EleNão. Isso é uma afirmação falsa, demonstra desconhecimento básico do cenário político brasileiro. A polarização é de bem antes disso e tem participação de uma imprensa e Lava-Jato instrumentalizados,
— George Marques (@GeorgMarques) March 9, 2020
Na entrevista à Globo, Regina Duarte reclama da campanha para derrubá-la, chama o olavismo de “facção”, diz que Sérgio Camargo é mais “ativista” que “gestor”. Tendo a achar que o casamento será relâmpago. Ainda mais porque ela está certa
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) March 9, 2020
Citação
“Governa pra todos. E todos estão livres pra se expressar. Contanto que busquem seus patrocínios na sociedade civil. Você não vai fazer filme pra agradar a minoria com dinheiro público.”.
Regina Duarte
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