Fechados para evitar aglomerações no combate a disseminação do coronavírus, equipamentos culturais do Recife vêm movimentando as redes sociais para manter o acesso do público a cultura. Um deles é a Cinemateca Pernambucana, que completou dois anos de existência na quarta-feira (25) passada.
O equipamento, gerido pela Fundação Joaquim Nabuco, disponibiliza um extenso acervo de filmes pernambucanos para serem vistos online através do seu site cinematecapernambucana.com.br. O acesso é gratuito e disponível para todos os públicos.
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Além de longas e curtas, é possível encontrar cenas extras e making offs com bastidores de grandes obras pernambucanas, como o longa Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda, e Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes.
O acervo dispõe um total de 261 obras, com produções entre clássicos históricos de 1923 até títulos recentes deste século. Uma boa oportunidade para mergulhar na história cronológica do cinema pernambucano.
Entre os antigos, a Cinemateca disponibiliza a coleção Super-8 do cineasta e jornalista Geneton Moraes Neto, obras do importante Clico do Recife, com filmes como A Filha do Advogado (1927), e Aitaré da Praia (1926).
Estão disponíveis também o clássico O Canto do Mar (1952), de Alberto Cavalcanti, e filmes de realizadores como Jomard Muniz de Britto e Katia Mesel. Da cineasta é possível assistir Recife de Dentro pra Fora, O Rochedo e a Estrela (com acessibilidade comunicacional), entre outros.
De obras mais recentes, o acervo traz a coleção completa de filmes de Camilo Cavalcante, incluindo o longa A História da Eternidade (2014), protagonizado por Irandhir Santos, a coleção Adelina Pontual, com seus curtas e o documentário Rio Doce/CDU (disponível também com acessibilidade comunicacional), além de obras de importantes nomes do cinema recente como Gabriel Mascaro, Hilton Lacerda e Dea Ferraz.
Para a criançada, a Cinemateca Pernambucana possui no catálogo boas produções do cinema de animação pernambucano, como Salu e o Cavalo Marinho, de Cecilia da Fonte, A Saga da Asa Branca, de Lula Gonzaga, A Árvore do Dinheiro (uma animação toda em cordel), de Marcos Buccini e Diego Credidio, entre outras.
Boa parte do acervo também dispõe de filmes com acessibilidade comunicacional para pessoas com deficiências visuais e auditivas, por meio da Audiodescrição e Libras.
“É gratificante saber que podemos oferecer uma programação de qualidade para as pessoas que estão sem sair de casa, nesse momento delicado que estamos passando. A Cinemateca Pernambucana conta com a adesão de 46 diretores, com 261 filmes disponíveis para o acesso on-line no nosso portal", diz Ana Farache, Coordenadora do Cinema e da Cinemateca Pernambucana da Fundação Joaquim Nabuco.
"São documentários, ficção, animações, séries de televisão e filmes acessíveis para deficientes visuais e auditivos. O filme mais antigo é o documentário Recife no Centenário da Confederação do Equador, de 1924. Até os sucessos mais recentes da nova safra de diretores pernambucanos”.
Dois anos de importância
Há dois anos atrás, o cenário audiovisual pernambucano ganhava um importante espaço para a preservação e difusão de suas obras. Era inaugurada a Cinemateca Pernambucana, vinculada à coordenação do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e instalada no edifício-sede, em Casa Forte.
A iniciativa foi resultado de uma parceria com a coordenação do Cinema da Universidade Federal de Pernambuco e com a Roquette Pinto/TV Escola, instituições vinculadas ao Ministério da Educação.
Seu acervo é dividido em dois eixos. A parte histórica é formada por cartazes, livros, figurinos, roteiros, recortes de jornais, e equipamentos, como câmeras e acessórios. Do outro lado, o fílmico é composto pelos filmes coletados e disponibilizados para consulta presencial ou via internet no portal da Cinemateca. Tudo aberto ao público e gratuito.
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