Almir Rouche reforçou o grupo de artistas que têm utilizado sua visibilidade para tentar amenizar os efeitos do fechamento de postos de trabalho no campo da música por conta do novo coronavírus. Através de suas redes sociais e em vídeo que circula pelo WhatsApp, o cantor e compositor pede auxílio aos profissionais da música, especialmente os que estão nos bastidores, como os técnicos.
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Desde a eclosão da pandemia do novo coronavírus e das necessárias medidas de isolamento social para conter o vírus, a classe artística vem buscando formas de amenizar os efeitos do fechamento temporários dos pontos de trabalho. Isso porque a maior parte do setor historicamente já sofre dificuldades para viabilizar suas ações e garantir medidas de proteção financeira aos seus trabalhadores.
"Venho pedir a ajuda de vocês porque tem uma classe que está sentindo muito (os efeitos da crise), galera. São os técnicos de som, os rodies, as pessoas que trabalham por trás dos nossos espetáculos. Os iluminadores, enfim. Essas pessoas pararam de trabalhar, como nós também, mas eles recebem muito menos do que os artistas principais", afirma o cantor no vídeo.
Ele pede para que o público contribua com doações em dinheiro ou cesta básica, reforçando a importância da corrente de solidariedade neste momento.
Sindicato busca soluções
De acordo com Eduardo de Matos, presidente do Sindicato dos Músicos de Pernambuco (SINDIMUPE), o estado tem atualmente cerca de 15 mil pessoas que atuam diretamente na área. Ele expressa preocupação com a suspensão por tempo indeterminado nos trabalhos e prevê momentos difíceis para os profissionais do setor.
"Muita gente vive da música na informalidade e depende diretamente das apresentações em bares, restaurantes e hotéis, por exemplo. Com esses espaços fechados, não há mercado de trabalho para eles. E isso gera outras consequências porque a cada um emprego direto no campo da música, gera-se outros três indiretos", explica Eduardo.
Ele afirma ainda que o Sindicato tem buscado formas de tentar amenizar a situação e tenta diálogo com o poder público. Entre as demandas apresentadas ao Governo de Pernambuco e à Prefeitura do Recife estão os pagamentos ainda pendentes dos cachês do Carnaval de 2020; a criação de um modelo de distribuição de renda, remunerando apresentações musicais através de streaming em plataformas oficiais e nas redes sociais destes artistas, entre outras.
Segundo Eduardo de Matos, uma solução seria seguir o exemplo de estados como o Ceará e o Maranhão, que vão criar editais para o fomento de apresentações culturais online. Procurada, a Secretaria de Cultura de Pernambuco/Fundarpe confirma que recebeu o ofício do Sindicato dos Músicos de Pernambuco e que, diante do cenário da Covid-19, "sinaliza que a prioridade do Governo do Estado permanece sendo a contenção no contágio à doença transmitida pelo novo Coronavírus, o suporte aos profissionais de saúde envolvidos no atendimento hospitalar e o reforço na oferta de leitos com capacidade de receber um maior número de pacientes".
Na nota, afirmou-se também que, paralelamente, "o Governo de Pernambuco mantém as discussões sobre o impacto econômico da suspensão dos eventos públicos, inclusive pressionando o Governo Federal por meio dos fóruns nacional e regional de secretários e dirigentes de cultura para liberação de fundo específico para atender a classe artística, entre outras medidas voltadas para o setor".
A Prefeitura do Recife informou que uma das primeiras medidas do Plano Municipal de Contingenciamento Covid-19 foi a criação de um Grupo de Trabalho, composto por seis secretarias municipais, para fazer o trabalho de mitigação dos efeitos socioeconômicos das medidas restritivas no Recife.
Entre as ações já executadas voltadas para a classe artística estão medidas de simplificação das exigências referentes à prestação de contas de apresentações realizadas no Carnaval 2020, o que agilizaria o pagamento de cachês dos artistas. "O trabalho do GT é permanente e novas medidas para diminuir o impacto socioeconômico serão anunciadas", complementa a nota da PCR.
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