PROGRAMAÇÃO

Festival Varilux chega aos cinemas do Recife nesta quinta-feira

O Festival Varilux de Cinema Francês realiza sua edição presencial em diversos cinemas espalhados pelo país

Rostand Tiago
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Rostand Tiago
Publicado em 18/11/2020 às 11:55 | Atualizado em 18/11/2020 às 11:55
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'ACOSSADO', DE JEAN-LUC GODARD, ESTÁ NA PROGRAMAÇÃO DO VARILUX 2020 - FOTO: DIVULGAÇÃO

O Festival Varilux de Cinema Francês, realizado simultaneamente por diversas cidades do país, decidiu que vai manter sua edição presencial após realizar uma remota, batizada de Varilux em Casa. Começando nesta quinta-feira, há sessões confirmadas da empreitada nas redes Cinemark (Shopping RioMar), Moviemax (Rosa e Silva) e no Cinema da Fundação. A proposta do Varilux, com 10 anos de estrada, é de trazer longas de apelo popular e bem conceituados pela crítica, com a presença de fortes nomes de diversas gerações do cinema francês. Para esta edição, contamos com obras dirigidas por figuras como François Ozon, Jean-Luc Godard, Maiwenn, Nicolas Bedos, além de renomados atores como Juliette Binoche, Louis Garrel e Vincent Cassel.

No meio cultural, uma das incertezas que a pandemia fez pairar foi sobre o funcionamento dos cinemas e, por consequência, dos festivais. No Brasil, a maioria está entre o cancelamento e a realização de edições via streaming, como foi inicialmente o caso do próprio Varilux. Mas, com a reabertura gradual de salas de cinema pelo país, a organização do festival sentiu que havia um certo cenário atípico no calendários de lançamentos e decidiu por realizar o festival como forma de ajudar os cinemas.

 

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'DNA' É UM DOS LONGAS DO VARILUX 2020 - DIVULGAÇÃO

“O cinema é um lugar que tem menos riscos do que restaurantes e bares ao estar aberto, então quisemos fazer parte de uma modesta solidariedade, de participar dessa retomada em um momento que os cinemas estão precisando de conteúdo, filmes para motivar o público a superar sua apreensão. Nós também temos apreensão e somos totalmente a favor das medidas de segurança, mas uma vez que reabre tudo, não podemos deixar os cinemas morrer”, relata Christian Boudier, diretor e curador do Varilux. Ele aponta que apenas cinemas que comprovadamente respeitam os protocolos de segurança vão receber os filmes do festival.



Nesse sentido, tocar a edição presencial deste enfrentou dificuldades pela impossibilidade de um planejamento adiantado. Programações precisaram ser construídas ao caminhar das coisas, reabertura graduais dos espaços, levando parcerias com cinemas a serem realizadas poucas semanas antes da realização do festival. Atividades paralelas, como oficinas e exibições em escolas e universidades precisaram ser suspensas, assim como o recebimento de uma delegação de realizadores dos filmes da programação no país. Um cenário atípico na vidas das distribuidoras também entrou na equação das dificuldades.

“Sem distribuidoras que tomam o riscos de comprar filmes lá fora e com o euro subindo 50%, esse ator do cinema que são essas empresas enfrentam problemas e acabam sendo esquecidas. O festival também esse incentivo de ajudar elas. Várias não conseguiram comprar filmes, foi uma tristeza, mas também tivemos novas parcerias que estão entrando pela primeira vez, como a Vitrine, a Diamond e outras fortes. Há medo de lançar filmes em um mercado que não tem ninguém, queimar o filme, então trazemos essa atração do festival com uma fórmula bacana”, explica Boudier.

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URSO DE PRATA Comédia Apagar o Histórico, de Kevern e Delépine, foi premiado no Festival de Berlim - DIVULGAÇÃODIVULGAÇÃO

A partir dessa troca com as distribuidoras, a programação do Varilux vai se formando, com preocupações em fazê-la diversa. Qualidade crítica e potencial de público estão juntos na balança, passeando bem pelo espectro entre o autoral e o comercial, em especial com a entrada do Varilux agora em grandes redes, como a Cinemark e a Cinépolis. "São lançados cerca de 300 filmes por ano na França e temos quase 20 títulos na programação, então queremos extrair o melhor. Quebrar a imagem do filme cabeça-intelectual, mas sem deixar de focar na qualidade crítica, com ambição de formar um novo público, principalmente agora que vimos como essa dependência do cinema americano é perigosa, com eles não lançando nada durante a pandemia", relata o curador.

Entres os destaques dessa edição, estão filmes como Verão de 85, aguardado longa de François Ozon e DNA, de Maiwenn, ambos selecionados para a edição do Festival de Cannes que seria realizada neste ano. Também se destacam títulos como o espirituoso Apagar o Histórico, premiado no último Festival de Berlim, Mais que Especiais, de Eric Toledano e Olivier Nakache, sempre presentes no Varilux. A programação por dia e cinema pode ser conferida no site do festival.

PROGRAMAÇÃO

Entres os destaques dessa edição, estão filmes como Verão de 85, aguardado longa de François Ozon. Selecionado para a edição do Festival de Cannes que seria realizada neste ano. O longa gira em torno de uma relação entre dois rapazes após um inesperado encontro ocasionado por um naufrágio.

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DESTAQUE Verão de 85, de Ozon, foi selecionado para o Festival de Cannes que seria realizado este ano - DIVULGAÇÃO

Outro selecionado para Cannes deste ano é DNA, da versátil atriz, diretora e roteirista Maiwenn. Protagonizado por Louis Garrel e Fanny Ardant, o longa entra por minúcias de uma complicada relação familiar e algumas cicatrizes que atravessam gerações.

Já do Festival de Berlim, vem a espirituosa comédia Apagar o Histórico, da dupla Gustave Kevern e Benoît Delépine. O filme vencedor de um Urso de Prata capta um certo desajuste de um mundo onde consumo e trabalho possuem uma relação intensa com a tecnologia digital, a partir do olhar de um trio de amigos de meia idade no interior da França.

No território do documentário, o renomado economista Thomas Piketty adapta para as telas sua principal obra, O Capital no Século XXI, dirigido ao lado de Justin Pemberton. O filme propõe uma dinâmica e viva viagem pela história do capitalismo recente e suas contradições. Já no território dos clássicos, o Varilux homenageia os 60 anos da Nouvelle Vague, uma das principais vanguardas da história do cinema, exibindo Acossado, longa seminal de Jean-Luc Godard.

 

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DESTAQUE Verão de 85, de Ozon, foi selecionado para o Festival de Cannes que seria realizado este ano - FOTO:DIVULGAÇÃO
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URSO DE PRATA Comédia Apagar o Histórico, de Kevern e Delépine, foi premiado no Festival de Berlim - FOTO:DIVULGAÇÃODIVULGAÇÃO
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'DNA' É UM DOS LONGAS DO VARILUX 2020 - FOTO:DIVULGAÇÃO

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