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'Essa doença não é brincadeira', lamenta filho de Genival Lacerda

'Peço a todos que se cuidem, porque essa doença não é brincadeira', afirmou o filho do cantor

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Estadão conteúdo e JC

Publicado em 08/01/2021 às 15:49
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João, filho de Genival Lacerda, cantor que morreu na última terça-feira (7), aos 89 anos, em decorrência da covid-19, usou seu Instagram para falar sobre a morte do pai e agradecer "a todo o povo brasileiro pelo carinho durante esses 38 dias de internação".

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João também exalta os médicos Bruno Granjeiro e Patrícia, do hospital Unimed I, em que o cantor passou seus últimos dias, no Recife, a imprensa e os artistas que se solidarizaram com a situação.

"Que tenhamos o máximo de respeito aos profissionais da saúde e, para eles, fica aqui meus aplausos para que possamos ter cada vez mais consciência e entender o quanto é impotante o trabalho de cada um deles", prosseguiu ele.

Por fim, o filho de Genival Lacerda concluiu: "Peço a todos que se cuidem, porque essa doença [covid-19] não é brincadeira." Na quinta-feira (7), o Brasil chegou à marca de 200 mil mortes ocasionadas pela covid-19, com 7,96 milhões de casos de infecção confirmados.

Genival

Nascido em Campina Grande, Genival Lacerda rumou para Pernambuco na década de 50. Em 1955, foi no estado que ele gravou seu primeiro disco de 78 rotações, que traz o sucesso Coco de 56.

Severina, irmã da lenda Jackson do Pandeiro, foi casada com dois irmãos do compositor. Foi seu concunhado, contemporâneo mais velho, que o incentivou a ir até o Rio de Janeiro, onde trabalhou em várias casas de forró e chegou a gravar um LP.

Na época, o forró vivia seu tempo áureo com nomes ativos como Dominguinhos, o próprio Jackson do Pandeiro, Marinês, Abdias, Zé Calixto, Geraldo Corrêa e Luiz Gonzaga.

Com este último, em entrevista ao Jornal do Commercio no ano passado, Genival contou que viveu um relacionamento de pequenas rusgas.

"Chegamos numa rádio no Espírito Santo, ele olhou pra mim e disse que eu procurasse um sanfoneiro, porque ele não ia me acompanhar não. Ela era, como se diz no Nordeste, meio intufado, afobado. Nós tivemos oito brigas, eu e Gonzaga", contou o forrozeiro.

"A maior foi num programa na Rádio Jornal do Commercio. Éramos eu, Marinês, Abdias, Zé Gonzaga. Aí ele disse que eu não ia entrar. Marinês foi em cima dele, ‘compadre faça isso não, bote Genival, ele é bom’. Eu fiquei lá, com raiva dele. Aí Gonzaga chega e diz que eu ia entrar naquela hora. Eu nem estava preparado, aí disse pra ele: Vou entrar não, chama tua mãe. Ele era grosso, e eu era grosso e meio”.

Dono de uma lírica bem construída, humorada e cheia de duplos sentidos, o sucesso de Genival veio apenas em 1975 com o hit Severina Xique-Xique, parceria com o conterrâneo João Gonçalves. O refrão "Ele tá de olho é na butique dela" colou na mente do público e permanece até os dias atuais.

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