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Do Boca Livre aos irmãos Gagliasso, vacina e apoio a Bolsonaro já causaram brigas entre famosos

Tensão crescente entre diferentes espectros políticos têm sido levadas para o debate no campo da cultura

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JC

Publicado em 22/01/2021 às 15:37
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A notícia da dissolução do grupo Boca Livre após 40 anos de carreira, em razão de questões políticas pegou muitos fãs de surpresa, mas não é estranha no clima político do Brasil atual. Desde 2016 - e com mais ênfase a partir da eleição de Jair Bolsonaro à presidência -, a divisão entre espectros ideológicos está no centro do debate, com vários famosos utilizando suas plataformas para se posicionar e, em alguns casos, rompendo relações de décadas.

No caso do Boca Livre, o fim do quarteto se deu por Zé Renato, David Tygel e Lourenço Baeta discordarem da postura antivacina de Maurício Maestro, que é alinhado ao bolsonarismo e segue perfis investigados de disseminarem informações falsas.

"É uma decisão política, mas vai além disso. É uma questão humanitária", afirmou Zé Renato à Folha de São Paulo.

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O rompimento do grupo não é um caso isolado e reflete uma situação também fora do Brasil, onde os ânimos estão acirrados devido ao crescimento de grupos extremistas. Membros da banda System of a Down, por exemplo, se desentenderam por conta de Donald Trump, em 2020.

Após o assassinato de George Floyd por policiais, o vocalista da banda, Serj Tankian, fez duras críticas ao então presidente, o republicano Donald Trump. Porém, o baterista do System of a Down, John Dolmayan, se opôs aos comentários e afirmou que Trump havia feito mais pela comunidade negra estadunidense do que outros presidentes. Serj e John já haviam se desentendido por questões políticas anteriormente.

Os apoiadores de Jair Bolsonaro e seus opositores travam uma batalha cada vez mais acirrada nas redes sociais e fora dela, o que tem gerado até desentendimentos familiares. No caso dos famosos, um dos casos mais conhecidos é o da família Gagliasso.

Em 2018, época das eleições presidenciais, Thiago Gagliasso expressou seu apoio ao então candidato Jair Bolsonaro, enquanto seu irmão, Bruno Gagliasso, e sua cunhada, Giovana Ewbank, se posicionaram fortamente contra o político. A confusão de família foi levada à público e causou o rompimento entre eles. Recentemente, Thiago afirmou que não mantém contato com o irmão.

Bruno Gagliasso, por sua vez, continua ativo nas redes sociais, com críticas constantes às políticas do governo e à condução de Jair Bolsonaro da crise de saúde pública do coronavírus.

Outra briga que chamou a atenção foi a entre José de Abreu e Glória Perez. Em uma publicação, o ator escreveu que "O Brasil está tão doido que vemos Guilherme de Pádua e Gloria Perez apoiando o mesmo espectro político! Que tempos!". 

Pádua assassinou a filha de Glória, Daniela Perez, em 1992. Indignada com a postagem, ela respondeu: "Você é muito canalha! Não vou revidar relembrando sua tragédia pessoal. É block e mais."

José de Abreu ainda tentou pedir desculpas, mas Glória chegou a afirmar a uma emissora de televisão que não havia desculpas para a situação e, portanto, se tratava de algo "inegociável".

Quem também já brigou por conta de Jair Bolsonaro foi Antonia Fontenelle. A youtuber foi ao Twitter xingar Felipe Neto, em 2019, após ele tecer críticas ao presidente e sua família. Fontenelle chamou o influenciador digital de "fedelho" e o acusou de espalhar mentiras na internet.

Em outros casos, as divergências políticas não levam, necessariamente, a um rompimento. No ano passado, o empresário Paulo Barbosa, pai da atriz Mariana Ruy Barbosa, afirmou que estava arrependido de ter votado em Jair Bolsonaro. A atriz, que até então não havia declarado seu voto (e, por isso, era muito cobrada), afirmou que não votou em Bolsonaro, nem concordou com a escolha do pai na época, mas que respeitou a opção dele, pois o voto é um direito democrático.

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