* Texto atualizado em 22/3/2021
Britney Spears é um dos nomes mais emblemáticos da cultura pop, pautando debates desde sua ascensão ao estrelato, no final da década de 1990. Ela impressionou o mundo com suas performances vigorosas e canções que fazem parte do imaginário coletivo. Mas, os holofotes vieram desde cedo associados a uma perseguição midiática e misógina, que culminou em um período turbulento e resultou na perda de sua autonomia. Há mais de uma década tutelada pelo pai, Jamie Spears, a cantora luta para reaver seus direitos, como relata o recente documentário Framing Britney Spears: A Vida de uma Estrela, produzido pelo The New York Times, que está disponível no Globoplay.
Trabalhando no campo artístico desde criança, Britney virou um fenômeno mundial com o lançamento de seu primeiro álbum, ... Baby One More Time (1999), que vendeu mais de 20 milhões de cópias. Determinada, Britney sabia a direção que queria seguir com seu trabalho e era envolvida em todos os aspectos criativos. Ainda adolescente, quando alcançou o sucesso e trabalhando incansavelmente, teve sua vida pessoal (incluindo o aspecto sexual) devassada.
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De "Namoradinha da América" à má influência para a juventude. Foi perseguida incansavelmente pelos paparazzi, com imagens suas sendo vendidas por milhares de dólares, diariamente. Esse período, entre 2005 e 2007, é considerado o pivô dos problemas da artista, alvo de comentários misóginos e maliciosos.
Ainda sem previsão de exibição no Brasil, o projeto é fruto de uma investigação do jornal americano instigada por movimento criado pelos fãs da cantora, intitulado de #FreeBritney (Liberte Britney, em português). A iniciativa surgiu em oposição à tutela imposta à estadunidense desde 2008, após um conturbado momento de instabilidade emocional da cantora provocada por fatores externos (como o escrutínio de repórteres e paparazzi) e internos (uma possível depressão pós-parto, fim do casamento, perda da guarda dos filhos, abuso de substâncias ilícitas).
Com a tutela, Britney, hoje com 39 anos, perdeu autonomia sobre suas finanças e sobre muitos campos de sua vida pessoal, que passaram a ser controlados por um grupo liderado por seu pai, com quem a cantora não mantém um bom relacionamento. De acordo com documentos mostrados pelo filme, a tutela garante ao pai dela controlar os cartões da artista, as consultas médicas, entre outras medidas restritivas. Atualmente, Britney é uma pessoa reclusa, que não dá entrevistas que fujam dos temas propostos, como lançamentos de álbuns, por exemplo.
O filme mostra como o processo legal levanta várias suspeitas, principalmente pela quantidade de dinheiro envolvida. A fortuna da artista está avaliada em mais de US$ 200 milhões e, anualmente, "o negócio Britney Spears", como o filme pontua, chega a gerar mais de US$ 53 milhões.
Desde a tutela, Spears já lançou quatro álbuns e várias turnês, além de uma bem-sucedida tour em Las Vegas. Essa aptidão da cantora em trabalhar incansavelmente, inclusive, é um dos argumentos utilizados por seus advogados e pelos fãs para alegar que ela tem capacidade para tomar suas decisões. O pai da artista, no entanto, briga nos tribunais para não perder o controle dos negócios. Britney, em represália, afirmou que não irá trabalhar até que um novo tutor, escolhido por ela, seja apontado.
Com o sucesso do documentário, novas perspectivas têm sido lançadas sobre o caso e a cultura midiática que alçou Britney ao panteão do pop e, com a mesma voracidade, contribuiu para a sua instabilidade emocional. O processo de tutela já está sendo revisto na corte da Califórnia e várias celebridades, incluindo Justin Timberlake, seu ex-namorado, pediram desculpas pelos comportamentos nocivos direcionados à artista.
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