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Cantor Agnaldo Timóteo morre aos 84 anos

Ele estava internado desde o dia 17 de março no Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro

JC
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Publicado em 03/04/2021 às 15:55
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LEGADO Cantor deixa três filhos e uma carreira com muitos sucessos - FOTO: BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM
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O cantor, compositor e político Agnaldo Timóteo, 84 anos, morreu na tarde deste sábado (3), no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações da covid-19. Ele estava internado desde o dia 17 de março no Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. 

Agnaldo havia sido intubado após apresentar complicações no quadro de saúde dele por causa do novo coronavírus no último dia 28 de março. Desde o dia 17 daquele mês, ele havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Casa São Bernardo. Agnaldo ainda chegou a tomar a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus. Ele deixa três filhos e uma carreira musical cheia de sucessos.

"É com imenso pesar que comunicamos o FALECIMENTO do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do COVID-19 e faleceu hoje às 10:45 horas. Temos a convicção que Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações! A família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha", disse a família, em nota.

Ouça a última participação de Agnaldo Timóteo na Rádio Jornal: 

 

 

 INÍCIO

Agnaldo Timóteo Pereira nasceu em 16 de outubro de 1936, em Caratinga, no interior de Minas Gerais, onde passou a infância. Desde pequeno, ele se interessava por música e se apresentava em circos que passavam pela cidade, surpreendendo a todos com sua potência vocal. Na época, ele vencia todos os concursos de cantores dos circos que passavam pela cidade.

A sua carreira foi iniciada nos programas de calouro dos anos 1950. Nas rádios de Caratinga, Governador Valadares e na capital, Belo Horizonte, ele ficou conhecido como o Cauby mineiro. Em Belo Horizonte, conheceu a cantora Ângela Maria em um show e recebeu da ídola o conselho para que ele fosse ao Rio de Janeiro, onde teria mais chances no cenário musical.

No início dos anos 1960, Agnaldo aceita a sugestão e se muda para o Rio, onde passa a trabalhar como motorista da própria Ângela Maria, de quem nunca escondeu que era fã. “Fui motorista da Ângela entre 1964 e 1965. Eu era torneiro mecânico em Caratinga e, quando ela começava a cantar, eu largava meu trabalho para ouvir Ângela Maria. Não teve, na história deste País, outra pessoa com uma voz mais bonita do que Ângela Maria”, disse Agnaldo em uma entrevista.

Nas horas vagas, Agnaldo investia na carreira de cantor. Aos poucos, ele se tornou conhecido pela sua voz inconfundível.

JOVEM GUARDA

Agnaldo conheceu o rei Roberto Carlos, que também tinha ido tentar a vida no Rio de Janeiro. Era época da Jovem Guarda, mas, apesar de estar presente nesse momento musical do país, ele não era lembrado quando a mídia se referia ao movimento.

Segundo Timóteo, a música “Jovens tardes de domingo” conta a história dele com Roberto Carlos e Erasmo Carlos. “Eu era da Jovem Guarda e nunca mostraram isso na televisão. Nunca apareceu uma imagem do Agnaldo Timóteo e eu estava lá, cantando as músicas em inglês, em francês, em italiano e nunca mostraram. E essa música, foram Roberto e Erasmo que compuseram, mas era história nossa. Quando havia briga na rua da Consolação, quem brigava para defender os colegas era Agnaldo Timóteo”, reclamou Agnaldo certa vez.

 SUCESSOS

Vários sucessos tornaram Agnaldo Timóteo uma das maiores vozes do Brasil. Entre as composições que o imortalizaram, estão “Ave Maria”, “Mamãe” e “Os Verdes Campos de Minha Terra”. No total, Agnaldo Timóteo gravou mais de 50 discos.

Agnaldo gravou composições de nomes como Cauby Peixoto e Nelson Gonçalves. “O Nelson foi um cantor de qualidade raríssima do ponto de vista ‘voz’. Mas ele não se preparou para a fama. Continuou um diamante bruto”, comentou uma vez.

Em 1977, lançou o disco de maior sucesso da carreira: “Perdido na noite”, onde gravou sucessos como “Aventureiros” e “O Conquistador”, além de “Tristeza Danada” e “Olhos nos olhos”, de Chico Buarque.

FRANK SINATRA, OUTRO ÍDOLO

Agnaldo Timóteo foi um grande admirador de Frank Sinatra. “Eu fui vê-lo no Rio de Janeiro. E todo mundo dizia que ele era antipático, que ele tinha medo de morrer no Brasil, que uma cigana tinha dito não sei o quê. Quando começou o show, uma senhora se levanta, leva uma rosa e entrega para Frank Sinatra. Ele recebeu a rosa, tirou um lencinho do bolso e deu para aquela senhora. E eu falei para mim mesmo: ‘ninguém faz sucesso tanto tempo se não tiver um tremendo amor pelo seu admirador’. Uma grande saudade! Um monstro!”, disse Agnaldo que também tem uma legião de fãs saudosos.

O cantor também se enveredou para a política partidária. Em 1982, Agnaldo Timóteo começou na vida política ao ser eleito deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro. Candidatou-se a governador do Rio em 1986, mas perdeu. Em 1994, voltou a ser eleito como deputado federal. Foi eleito vereador do Rio em 1996 e, em 2004, pela cidade de São Paulo, cumprindo dois mandatos, sendo o primeiro de 2005 a 2008 e o segundo entre 2009 e 2012.

Evitar lockdown é a 'ordem'

No momento em que o Brasil continua a registrar recordes de mortes provocadas pela covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ontem, que a "ordem" é evitar a política de lockdown. Ponderou, no entanto, que é preciso "fazer o dever de casa".

"Nós estamos trabalhando sim com protocolos para orientar a população brasileira, sobretudo os que usam transporte público, para fazer isso de forma mais ordenada, a fim de evitar fechamento da nossa economia", disse Queiroga em coletiva à imprensa após reunião com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Precisamos nos organizar para que evitemos medidas extremas e consigamos garantir que pessoas continuem trabalhando e ganhando seu salário, deixando situações extremas para outro caso. Então evitar lockdown é a ordem, mas temos que fazer nosso dever de casa, e dever não é só do governo federal, estadual ou municípios. É de cada um dos cidadãos", afirmou o ministro, que faz contrapontos ao discurso do presidente Bolsonaro.

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