A série 'Rubi' é melhor que a novela original?
Remake da trama mexicana de 2004 impressiona pela qualidade e agilidade, mas o dramalhão é o mesmo
Fãs de novelas mexicanas já devem saber que no Brasil, na plataforma Globoplay, já está disponível a série Rubi, lançada oficialmente em 2020. Apresentada em 26 episódios, o seriado protagonizado por Camila Sodi é um remake da trama mexicana homônima de 2004, eternizada pela atriz Bárbara Mori, e exibida no Brasil pelo SBT/TV Jornal.
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Todavia, a nova versão da Televisa e Univisión adaptada por Leonardo Padrón traz uma história ainda mais complexa do que a novela original - criada por Yolanda Vargas Dulché nos anos 1960 - já que a história dá um salto de 20 anos no tempo e ainda conhecemos Carla (Ela Velden) uma jornalista que decide recontar a trajetória da vilã solitária indo ao encontro da própria, que vive isolada e sozinha, para entrevistá-la.
Intercalando a narrativa em duas épocas diferentes, vemos que a essência ainda está lá: Rubi Pérez (Camila Sodi), uma jovem ambiciosa e inconsequente, se apaixona perdidamente por Alejandro Cárdenas (José Ron), mas prefere o dinheiro e o poder que Héctor Garza (Rodrigo Guirao Díaz) pode lhe proporcionar, a ponto de destruir o casamento dele com sua melhor amiga, Maribel de la Fuente (Kimberly dos Ramos).
Com uma estética moderna e roteiro mais ágil, o formato de série para Rubi ainda consegue entregar bons coadjuvantes, principalmente no núcleo da família da personagem-título, se destacando os trabalhos de Tania Lizardo (Cristina), Mayrín Villanueva (Refugio) e a pequena Valery Sais (Fernandita). Em papéis menores, mas não menos importantes, Antonio Fortier (Cayetano), Paola Toyos (Queca), Marcus Ornellas (Lucas), Giuseppe Gambia (Napoleon) e Alfredo Gatica (Loreto), também fazem um bom trabalho. Além disso, o misterioso Boris (Henry Zakka) é outro ponto positivo para a nova trama.
ACERTOS E ERROS
Ao longo dos episódios, Rubi consegue prender o público em sua narrativa. É interessante acompanhar o descontrole e o ciúme doentio de Hector, com direito a uma reviravolta na reta final, bem como o trabalho de Camila Sodi, que entrega uma protagonista à altura, a ponto do espectador desencadear amor e ódio pela personagem ao mesmo tempo. Sem falar que se saiu bem no desafio de cantar o tema de abertura: a ótima A Quien Le Importa, um sucesso de anos atrás na voz de sua tia, a cantora Thalía.
A alta qualidade da produção gravada entre julho e outubro de 2019, que traz imagens captadas na Cidade do México e Madrid, bem como o cuidado de dar um ar "futurista" nos objetos de "2040", são bons acertos à série. Porém, a maquiagem de machucados nos personagens tropeça um pouco em seu acabamento, tirando um pouco de verossimilhança à história que está sendo contada.
Diante de tudo isso, e considerando a versão que o Brasil conhece, exibida em 2004: a série Rubi é melhor que a novela? A resposta é não. Primeiro porque não dá para comparar 115 capítulos com 26 episódios. Mas é inegável que a "versão 2020" sai na frente por apresentar uma trama mais objetiva e ágil. Para os mais saudosos da trama original, vale a pena conferir o remake e tirar suas próprias conclusões. E para quem nunca viu a novela, vale ressaltar que a série tem um bom ritmo, mas não perde o estilo "dramalhão mexicano" que esta história, em si, ainda pede.