Mario Frias sai em defesa do cantor sertanejo Sérgio Reis
De acordo com o secretário especial de Cultura, Mario Frias, as investigações da Polícia Federal contra o cantor de 82 anos "compromete a cultura nacional"
O secretário especial de Cultura do governo federal, Mario Frias, saiu em defesa do cantor sertanejo Sérgio Reis afirmando que as investigações da Polícia Federal contra o artista "compromete a cultura nacional". Ainda segundo Frias, "não há cultura artística sem liberdade", criticando o fato de o cantor ser tratado como uma ameaça ao Estado de Direito.
"Quando um artista da relevância e da importância do Sérgio Reis é tratado como uma ameaça ao Estado de Direito, isso compromete a cultura nacional, pois não há cultura artística sem liberdade. Deus proteja nossa nação", declarou o secretário de Cultura, através do Twitter.
Nesta sexta-feira (20), Sérgio Reis foi alvo do mandado de busca e apreensão, autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes. O objetivo da ação é "apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população (...) a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições", esclareceu a Polícia Federal, por meio de nota.
No último fim de semana, vazou um áudio do cantor, de 82 anos, convocando uma paralisação de caminhoneiros para o dia 8 de setembro, como forma de pressionar o Senado Federal discutir o impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federa (STF). "Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer. E se eles não obedecerem nosso pedido, vão ver a cobra fumar. Não tem conversa. E 'ai' do caminhoneiro que furar esse bloqueio", afirmou o cantor.
No áudio, Sérgio Reis conta a um amigo que esteve em Brasília e teria se reunido com o próprio presidente Jair Bolsonaro e com militares "do Exército, da Marinha e da Aeronáutica"para falar sobre seus planos de pressionar pela aprovação do voto impresso e o pedido de impeachment dos ministros do STF. Reis disse que “se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”.
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Sérgio Reis afirma ainda que é uma liderança entre os caminhoneiros e que, ao lado dos maiores produtores de soja do País, caso o pleito não fosse atendido pelo Senado em 72h, haveria uma grande greve que pararia o Brasil.
O áudio circulou na cúpula do Judiciário e também entre parlamentares e foi reproduzido pelos principais veículos de notícia. As falas, que circularam no último fim de semana nas redes sociais, foram repudiadas por políticos de diferentes orientações ideológicas e os líderes dos caminhoneiros disseram que o cantor não os representa.