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Só dá ela: o sucesso da cantora Raphaela Santos, A Favorita

Em alta nas plataformas digitais, cantora conversou com o JC e repassa sua vida e carreira

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Robson Gomes

Publicado em 27/09/2021 às 18:30 | Atualizado em 27/09/2021 às 18:36
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Aos 24 anos, possuir 706 mil seguidores no Instagram, 722 mil inscritos no YouTube (onde só o vídeo mais assistido ultrapassa a barreira de 20 milhões de visualizações) e 263 mil ouvintes mensais no Spotify parecem números tímidos quando revelamos a quem pertencem. Pois ela, definitivamente, é bem maior que eles. Trata-se de Raphaela Santos, A Favorita, que tem se destacado como um dos maiores nomes da atual geração do brega pernambucano.

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Com quase oito anos de carreira, Raphaela conversou com o Jornal do Commercio por telefone, e relembrou o seu primeiro contato com a música ainda em São Paulo, cidade onde nasceu antes de vir morar em definitivo no Recife, aos 14. "Comecei a cantar aos oito anos. Eu era evangélica. Cantava sozinha nas igrejas até os treze", relata.

Ao vir para a capital pernambucana, a jovem artista já tinha contato direto com o brega, ritmo que gostou de cara e também encontrou a sua maior inspiração no gênero: "A primeira pessoa que, quando realmente eu escutei o brega, que gostava das músicas, da voz, num momento muito em alta, foi a Priscila Senna, principalmente por causa do primeiro DVD dela no Português. Foi a partir daí que comecei a me interessar, a querer e gostar de cantar o ritmo brega".

Inspirada na Musa, e hoje sua grande amiga, não demorou muito para a jovem Raphaela Santos se aventurar nos vocais. E após cantar com alguns MC's como Metal & Cego e Vertinho, um vídeo gravado de maneira espontânea num estúdio foi parar nos olhos e ouvidos de Elvis Pires, um dos grandes músicos e hitmakers do brega pernambucano, que logo a convidou para gravar canções, surgindo assim a vocalista da banda A Favorita, em meados de 2017.

Também foi logo neste ano que surgiu o seu grande hit, Só Dá Tu. "O Elvis sempre compõe as músicas pra gente [ela e outras cantoras]. E também procurávamos músicas que também se encaixavam comigo. E ele passou a fazer versões. A primeira versão que eu fiz foi Eu Nunca Te Traí [versão de We Can't Stop, da Miley Cyrus]. Um dia, eu vi a Bebe Rexha cantando na MTV e imaginei que seria massa essa música no brega. Eu mandei pro Elvis e ele fez, assim, na hora, num estúdio. Eu gravei e deu no que deu!", relata.

A partir de Só Dá Tu, vários sucessos de Raphaela Santos estão até hoje na boca do povo: Amor da Minha Vida, Não Sei Voar, Dona do Seu Lar são alguns desses hits, além das mais recentes Gabriel e Atende Aí Bebê. Somente no ranking Viral Recife do Spotify, das 100 músicas mais ouvidas na capital pernambucana, seis são da cantora, e três delas no Top 10, incluindo a primeira colocada: Onde For, gravada com a participação de MC Elvis.

Diante da força da Favorita, a artista confessa que ainda não tem a real noção do impacto de seu trabalho no brega pernambucano, e principalmente, no brega feminino: "Eu fico muito feliz, pois cada dia que passa eu sinto esse carinho do público, que me reconhece nas ruas até quando estou de máscara! (risos) As pessoas vem falar comigo, pessoalmente ou nas redes sociais, de que se sentem bem ouvindo as músicas, que acompanham o meu trabalho, que já saíram de depressão, enfim... Nunca imaginei que iria chegar a nesse nível. Fico muito extasiada, mas amando muito esse retorno".

PRESENTE E FUTURO

Se Raphaela Santos não consegue dimensionar o tamanho de seu sucesso, ela sabe reconhecer muito bem o seu público e formatar o seu estilo musical. "Hoje em dia, eu percebo que tenho um público muito misto, das crianças até os mais idosos. E eu gosto, em geral, de músicas mais românticas. Como gravei umas três músicas seguidas recentemente falando um palavrãozinho, por exemplo, já dou uma segurada, porque também tenho um público infantil grande e tenho um filho. E tomo muito cuidado com isso. Para mim, uma boa música tem que ter história, ser curta e objetiva, que fale de amor - também de gaia, uma traição - mas histórias que todos vivemos, para que todos possam entender o que canto", declara.

Casada com o cantor e produtor Weverton Alves, o amor pela maternidade já provado na criação do Gustavo, de 4 anos, a levou a repetir a dose, já que está prestes a dar a luz pela segunda vez, agora ao Lorenzo. E nesta reta final da gestação, Raphaela explica que precisa fazer uma "parada estratégica" na ascendente carreira.

"Eu praticamente não parei nesta gestação, né? Antes pensava parar em agosto, mas vi a necessidade de estender os trabalhos um pouco. (risos) A maternidade é uma loucura! E conciliar um pouco de tudo: cantar, fazer redes sociais, gravar em estúdio, gerar conteúdo para o público, é complicado. Mas para o meu bem pessoal e profissional, vi a necessidade de pausar agora para descansar, neste último mês de gestação, onde estamos mais cansadas. E mesmo assim ainda não parei tanto, porque sigo preparando coisas".

Com a parada forçada pela pandemia, e os shows voltando aos poucos, a cantora não esconde a ansiedade de retornar aos palcos. "Eu sinto que vai ser muito bom, algo mágico! Não vejo a hora de voltar a fazer shows. Passar quase dois anos parada, mas com o público conhecendo mais o meu trabalho e minhas músicas através das lives - onde mostrei mais quem eu sou no palco - vai ser mais especial. Espero que o público goste mais, porque estarei muito mais à vontade do que antes", garante a artista, que promete vários lançamentos, entre singles e participações, até o fim deste ano.

E qual é o futuro de Raphaela Santos na música e no brega pernambucano? Segundo a cantora, o Brasil é o limite - ao menos, por enquanto. "Eu juro: nunca trabalhei com tanto amor como agora de querer levar o brega para fora do nosso Estado. Acho que conseguimos bastante coisas pelo Nordeste, mas quero que esse ritmo invada o Sul e o Sudeste - que são os mercados mais difíceis. O que eu posso garantir é que, cada dia mais, vou seguir pesquisando coisas para melhorar, evoluir, e onde eu chegar eu saiba representar Pernambuco muito bem - que não é meu estado de sangue, mas é do meu coração. Quero muito que o Brasil conheça mais esse ritmo, e acho que não está muito longe. É só seguir o trabalho como estamos seguindo, que chegaremos lá", projeta A Favorita.

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