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Dany Myler investe na carreira solo e lança o disco 'Upgrade'

Cantora de sucesso no brega e no forró aposta no seu ecletismo musical em nova fase

Robson Gomes
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Robson Gomes
Publicado em 30/03/2021 às 5:00
DUDU GOMES/DIVULGAÇÃO
Novo trabalho ao vivo de Dany Myler tem 28 faixas, sendo duas inéditas - FOTO: DUDU GOMES/DIVULGAÇÃO
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Upgrade. Ao pé da letra, o termo em inglês significa atualizar; vem do mundo da computação para indicar a renovação para uma versão mais recente. No mundo da música pernambucana tornou-se o nome do novo projeto ao vivo da cantora Dany Myler. Aos 32 anos de idade e 18 de carreira, a artista revelada nos vocais da banda de brega Lolyta agora aposta em sua carreira solo e atualiza o público sobre seus novos passos musicais.

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"Sempre quis ser artista, nunca me imaginei fazendo outra coisa! Meus pais lembram que, desde os quatro anos, eu já cantarolava as músicas das novelas. Não podia ver uma roda de violão que já queria cantar", recorda Dany em entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio.

Ao ganhar reconhecimento como vocalista da Lolyta — onde emplacou o hit Thynara — também ganhou um título que diz muito de sua personalidade musical até hoje: a Beyoncé do Brega. Segundo a cantora, as semelhanças com a diva pop norte-americana vão além da mesma altura, simpatia, tipo físico e a voz forte e marcante dentro e fora dos palcos.

"Fica difícil até definir alguém que impactou de tantas formas positivas a minha vida. Nós temos mais em comum do que os traços físicos e isso me fez imergir ainda mais na fonte inesgotável de inspiração que ela é", afirma. "Beyoncé é necessária! Necessária artisticamente. É uma artista que sempre está à frente do que julgamos ser o limite. Ela nos inspira a não desistirmos dos nossos sonhos, mas, principalmente, a lutarmos e darmos o nosso melhor para conseguirmos alcançá-los. É sobre propósito e superação! É necessária como mulher por emanar uma força que nos empodera", reflete.

Após a Banda Lolyta - de onde se inspirou em artistas do tecnobrega como Mylla Karvalho e Lene Bandeira, na época, vocalistas da Companhia do Calypso - Dany Myler levou sua voz e talento para a Cavaleiros do Forró por cinco anos, na formação que revelou o saudoso Gabriel Diniz. E, mais recentemente, ganhou destaque ao fazer parte dos projetos Amigas do Brega, Amigas e As Comandantes, que marcou seu retorno ao brega, ritmo genuinamente pernambucano.

"Me sinto capaz e ainda mais forte, afinal, atravessamos muitas mudanças e em todas elas consegui extrair o melhor de mim. Foi uma experiência incrível ter feito parte desses trabalhos e ter contribuído não só com a minha voz, mas em nível de produção também", ressalta ela, que não guarda rancores sobre este período. "Juntas fizemos algo memorável. Trabalhos como o nosso e principalmente como foi realizado, causam marcas impossíveis de apagar no coração das pessoas. É como ver o Rouge ou as Spice Girls em outra formação. As pessoas podem até escutar mais jamais sentir o mesmo impacto que sentiram em ver todas as artistas da formação principal desses trabalhos juntas", completa.

ALICERCES

Agora, livre para tocar sua carreira solo, ainda que em meio a uma pandemia, Dany Myler não está sozinha. Ela conta com o apoio incondicional de seus pais, Mariinha e Hamilton; do seu filho Danilo; e um staff de amigos - Cassiano Silva (figurino), John Bernardo (maquiagem), Dudu Gomes (fotografia), David Lucena (cabelo) e Walace Barros (assessoria). "Eu tenho uma história linda no brega e tenho uma história maravilhosa no forró, então pretendo não me rotular como cantora “disso” ou “daquilo” e alcançar o público geral como intérprete, agradar a todos os meus fãs e isso me dá a liberdade de cantar vários estilos em meu show e quem sabe apostar em outros projetos diferentes, não quero me limitar pois quem se limita não evolui. Por isso, trago comigo parceiros incríveis que me dão todo o aparato e segurança para criar e apostar em coisas novas", declara.

Junto a esse alicerce pessoal e profissional, Dany Myler conta que seguirá também lutando pelas causas que acredita, que vão desde o empoderamento feminino até até a defesa da comunidade LGBTQIA+: "Como sociedade, temos o dever de respeitar a individualidade e a singularidade das pessoas. Como artistas, nós temos a obrigação de usar a nossa visibilidade para propagar esse amor e esse respeito! É o mínimo como seres humanos. Somos falhos, sou falha, estamos em uma eterna construção e desconstrução, mas evoluir é buscar entender que não devemos jamais cometer qualquer ato depreciativo, de violência ou preconceito contra qualquer pessoa! [...] Dany não seria Dany sem militar por essas e outras causas, sou mãe de uma criança especial! Sinto na pele a luta por empatia direitos e igualdade que todas essas pessoas exigem! Empatia é o mínimo, respeito é o mínimo e enquanto tivermos que lutar por isso eu estarei aqui, firme e forte".

UPGRADE

Agora em Upgrade, gravado de forma independente, o novo trabalho de Dany Myler traz 28 faixas ao vivo, explorando várias vertentes musicais da sua carreira, além de apostar também no piseiro, o ritmo do momento. O disco, disponível na plataforma Sua Música, conta com a participação da atual Companhia do Calypso - nas faixas Sozinha e Zap Zum - e duas canções inéditas: Fim da História e Declaração de Amor.

"[Upgrade] É a independência e a liberdade de, artisticamente, poder ser e fazer o que eu acredito, a minha verdade. Sou muito atenta ao mercado, tenho uma mente criativa e gosto de me sentir produtiva. E apostarei toda essa energia em minha carreira", explica.

Com o lançamento deste álbum, Dany já planeja os próximos passos. Em abril, ela lança o primeiro single do seu Acústico Imaginar, dedicado ao repertório de Alcione em formato de voz e piano. No mesmo mês, também planeja uma live oficial para divulgar o Upgrade para o grande público. 

Mais que conhecer uma nova artista Dany Myler com este novo álbum, este upgrade na carreira solo também revela muito da sonhadora Dayany Danyelly (seu nome de batismo). "São 18 anos de música e posso dizer que sou muito orgulhosa da minha trajetória até aqui, do tanto que amadureci. Já provei da fama e do fracasso e em ambos posso afirmar que o mais importante é não deixarmos de acreditar que sermos boas pessoas consequentemente nos tornará bons profissionais. [...] Hoje sou mãe, minha família está bem, trabalho honestamente, sobrevivemos e seguimos na luta para sobreviver a essa pandemia, meus fãs apoiam o meu trabalho e Deus está a frente de tudo. Então posso afirmar, com toda convicção, que sou sim, uma mulher bem sucedida na vida", finaliza a cantora.

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