ARTES VISUAIS

Casa Estação da Luz, em Olinda, abre exposição de quatro jovens artistas

Mostra coletiva "Na Primeira Manhã" reúne obras dos pernambucanos Manoel Quitério, Glauber Arbos, Pally Siqueira e Rayana Rayo

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Emannuel Bento

Publicado em 15/10/2021 às 20:34 | Atualizado em 14/01/2022 às 17:35
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A galeria da Casa Estação da Luz, espaço adquirido por Alceu Valença no Sítio Histórico de Olinda, receberá a sua primeira exposição de artes visuais hoje, das 16h às 20h. A mostra coletiva Na Primeira Manhã reúne obras de quatro jovens artistas pernambucanos: Manoel Quitério, que também assina como curador, Glauber Arbos, Pally Siqueira e Rayana Rayo. Eles apresentam visões diferentes de mundo com técnicas igualmente variadas, indo do abstrato ao figurativo, que tem tradição fincada no modernismo pernambucano.

Apesar da exposição, a Casa Estação da Luz só funcionará plenamente, com programação permanente, a partir de 2022. O casarão do final do século 19 fica na Rua Prudente de Morais, 313, no bairro do Carmo, dentro do conjunto urbano tombado Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

Sobre a exposição, Manoel Quitério registrou, em texto curatorial: "São quatro trajetórias que se encontram na encruzilhada dos Quatro Cantos, na interseção entre o que é espírito e matéria. Quatro elementos se unem e formam tudo o que pode ser percebido. Mas o tudo não é o todo, existe algo mais, algo que pulsa e que transcende".

FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
OBRAS Pally Siqueira expõe suas pinturas na mostra coletiva - FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
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Alceu Valença vai abrir em Olinda a Casa Estação da Luz. Equipamento turístico e de cultura começa a promover ações pontuais ainda este ano e terá programação permanente a partir de 2022. - FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
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Alceu Valença vai abrir em Olinda a Casa Estação da Luz. Equipamento turístico e de cultura começa a promover ações pontuais ainda este ano e terá programação permanente a partir de 2022. - FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
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Alceu Valença vai abrir em Olinda a Casa Estação da Luz. Equipamento turístico e de cultura começa a promover ações pontuais ainda este ano e terá programação permanente a partir de 2022. - FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
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Alceu Valença vai abrir em Olinda a Casa Estação da Luz. Equipamento turístico e de cultura começa a promover ações pontuais ainda este ano e terá programação permanente a partir de 2022. - FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM

"A arte nasce como a busca dessa essência universal, da vontade de tocar o intangível e alcançar a eternidade", continua, ressaltando a pluralidade da mostra. "Rayo, Arbos, Pally e Quitério, quatro notas da mesma melodia, quatro ventos do mesmo ar. Poéticas distintas na aparência, mas que se conectam pelas raízes", continua.

Quitério tem pesquisas focadas em questões de identidade coletiva, arte pública e projetos de interação comunitária pela arte, tendo passagem por 22 países em seu ofício. Glauber Arbos, por sua vez, traz evidências que vão da arte popular do Nordeste brasileiro até a ficção científica, criando seres presentes em seu imaginário.

A recifense Rayana Rayo tem se dedicado ao ofício de artista plástica e têxtil desde 2015 e irá apresentar resultados do seu processo criativo em séries abstratas, seja pintadas em telas ou trançadas em tecelagem. Ela já participou de exposições coletivas em Pernambuco, além de exposições individuais em Olinda e Fortaleza (CE).

Pernambucana de Arcoverde e radicada no Rio de Janeiro, Pally Siqueira é conhecida pela pintura, com técnicas e materiais variados. Ela já pintou murais como o do Morro do Vidigal, feito para divulgar o lançamento de uma música de Massari & Ali Gatie, e fez sua primeira exposição individual no Rio, em 2018.

COMIDA DO NORDESTE

Com a abertura da exposição, haverá em paralelo sessão de autógrafos de "Nordeste — Identidade Comestível" (Editora Massangana), lançado pelo jornalista, antropólogo e escritor pernambucano Bruno Albertim no último dia 3 de outubro, durante a Bienal do Livro de Pernambuco. A obra de 500 páginas contém narrativas antropológicas sobre a relação da comida com as identidades da região, fugindo do imaginário óbvio do Nordeste.

O livro é resultado de uma pesquisa de enogastronomia do Nordeste, a serviço do Museu do Homem do Nordeste, da Fundação Joaquim Nabuco, sob a orientação de Ciema Mello e Silva, então diretora do museu e doutora em antropologia. Parte dele foi publicada pelo Jornal do Commercio. "Esse livro traduz quem é o homem do Nordeste a partir do que ele come. Com suas descrições densas de campo, oferece uma das melhores qualidades de um estudo antropológico: com rigor analítico, a 'fisicalidade' descritiva necessária para que o leitor viaje e conheça os lugares e personagens por meio dos textos", descreve Ciema.

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