IMORTAL

Gilberto Gil é eleito como novo imortal da Academia Brasileira de Letras

Aos 79 anos, cantor e compositor venceu a disputa com o poeta Salgado Maranhão e o escritor Ricardo Daudt

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Emannuel Bento

Publicado em 11/11/2021 às 17:01 | Atualizado em 11/11/2021 às 19:50
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Gilberto Gil é o novo imortal da Academia Brasileira de Letras. Ele venceu a disputa com o poeta Salgado Maranhão e o escritor Ricardo Daudt, na tarde desta quinta-feira (11). Aos 79 anos, o cantor e compositor passa a ocupar a cadeira deixada pelo jornalista Murilo Melo Filhos. A cadeira 20 tem como patrono o médico e jornalista Joaquim Manuel de Macedo e já pertenceu a um dos fundadores da ABL, Salvador de Mendonça.

O baiano se torna mais um nome a integrar um aparente momento de mudanças na ABL, antes distante de figuras conhecidas pelas massas. Neste mês, a instituição também aprovou a entrada da atriz Fernanda Montenegro, que assumiu o assento do escritor e diplomata Arinos de Mello Franco, cujo patrono é o também diplomata Hipólito da Costa.

Gilberto Gil ascendeu nacionalmente nos anos 1960, como um dos principais nomes do movimento tropicalista, que promoveu uma revolução cultural durante a ditadura militar. Entre 2003 e 2008, foi Ministro da Cultura do governo Lula. É conhecido por clássicos como "Toda Menina Baiana", "Aquele Abraço", "A Novidade", "Palco" e "Não Chore Mais", entre muitos outros.

Para além de ser uma figura conhecida para além do reduto intelectual, a entrada de Gil carrega consigo representatividade: ele é a segunda pessoa negra entre os 37 imortais. Já Fernanda é a nona mulher a sentar numa cadeira da ABL.

A honraria é concedida a integrantes com grande relevância em suas áreas de atuação, não só do mundo das letras - basta lembrar que o jurista recifense José Paulo Cavalcanti também será candidato para ocupar a vaga deixada por Marco Maciel. A ABL foi inaugurada em 20 de julho de 1897 com o objetivo é o "cultivo da língua e da literatura nacional".

Na próxima semana, haverá uma votação para assumir a vaga do crítico literário Alfredo Bosi. Concorrem o educador indígena Daniel Munduruku, Paulo Niemeyer e Joaquim Branco. Caso vença, Munduruku será o primeiro indígena da história da ABL.

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