Galeria em Floresta expõe fotos de Gilvan Barreto, que discutem turbulências dos dias atuais
"ILHA" foi pensada especialmente para ser montada na Galeria Casa Pedra Branca, no município de Floresta, reunindo fotos, vídeos, colagens e tecidos
As artes visuais são usadas para comentar as turbulências sociais, políticas e ambientais que atravessam o Brasil na atual exposição do pernambucano Gilvan Barreto. "ILHA" foi pensada especialmente para ser montada na Galeria Casa Pedra Branca, no município de Floresta, Sertão de Pernambuco. A mostra pode ser visitada até o dia 22 de fevereiro.
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"ILHA" é composta por fotos, vídeos, colagens e tecidos que dão suporte para questionar a contemporaneidade, abordando temas como movimentos migratórios, a radicalização dos discursos e a devastação do meio ambiente de diversas maneiras.
O trabalho do fotógrafo e artista visual, que venceu os Prêmios Brasil de Fotografia em 2014 e 2017, ainda procura dialogar bastante com o atual momento pandêmico, explorando ideias sobre isolamento e necessidade de socialização.
"Criar uma ilha no Sertão vai além da simples contraposição geográfica. Apesar do título lembrar o isolamento, buscamos aqui um movimento contrário. Mapas, territórios inventados, o meio ambiente e a necessidade de união e resistência em tempos tão difíceis", explica o artista.
Destaques
A instalação "Soliticário", por exemplo, reflete sobre distâncias físicas, virtuais e fluxões migratórios. A obra exibe em tempo real imagens de um grupo de pinguins africanos (Spheniscusdemersus), também conhecido como soliticário, confinados em Long Beach, cidade no estado da Califórnia, próxima ao muro da fronteira que impede a migração de mexicanos aos Estados Unidos. A sala com as projeções está fechada e o público só poderá observar as imagens através de uma lente que atravessa as paredes da galeria.
Entre os destaques, ainda estão as "Cartas Náuticas", registros da performance realizada no Rio de Janeiro, onde o artista é radicado. A obra consiste em mensagens gigantescas que Gilvan escreveu enquanto nadava no mar aberto, com um GPS acoplado ao corpo. Os traços formam palavras, que estão registradas em imagens.