POLÍTICA CULTURAL

Nº 2 de Frias, que o acompanhou em polêmica viagem a NY, assume a Cultura

Advogado especializado em direito civil e questões de família e conhecido antigo do ator, ele chegou ao governo em julho de 2020 e teve uma ascensão rápida e discreta

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Estadão Conteúdo

Publicado em 31/03/2022 às 12:57 | Atualizado em 31/03/2022 às 13:05
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Com a saída de Mario Frias da Secretaria Especial de Cultura para concorrer ao cargo de deputado federal por São Paulo, anunciada nesta quinta-feira, 31, no Diário Oficial da União, Helio Ferraz de Oliveira assume o posto. Advogado especializado em direito civil e questões de família e adoção e conhecido antigo do ator e agora ex-secretário, ele chegou ao governo em julho de 2020 e teve uma ascensão rápida e discreta. Seu nome esteve em evidência em dois momentos: quando foi à Cinemateca, em São Paulo, pedir as chaves da instituição, e por acompanhar Mario Frias em uma viagem a NY, cujos altos gastos geraram polêmica e levantaram suspeita do Ministério Público, que pediu uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU)

Helio Ferraz de Oliveira foi nomeado em 30 de julho de 2020 como diretor do Departamento de Políticas Audiovisuais. No dia 7 de agosto, o Diário Oficial trazia sua nomeação como secretário substituto da Secretaria Nacional do Audiovisual. Foi com este cargo que ele, naquele mesmo dia, acompanhado da Polícia Federal, foi "pedir as chaves" da Cinemateca Brasileira, no auge de sua crise e um ano antes do grande incêndio que destruiu um de seus prédios.

No dia 14 de junho de 2021, ele se tornou secretário adjunto da Secretaria Especial da Cultura e em algumas ocasiões ele chegou a substituir o então secretário Mario Frias em suas ausências.

Em dezembro do ano passado, Jair Bolsonaro enviou, para apreciação do Senado Federal, o nome do advogado para uma vaga de diretor da Ancine, num mandato que se iniciaria em 25 de junho deste ano. Com seu novo cargo na Secretaria, isso deve ser cancelado.

A viagem a NY

Em dezembro de 2021, Hélio Ferraz de Oliveira viajou com Mario Frias para Nova York. Cada um deles gastou R$ 39 mil nesta viagem que teve, segundo a pasta, o objetivo de divulgar um "projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte" ao lado do lutador de jiu-jítsu e bolsonarista Renzo Gracie.

Depois da polêmica, o então secretário-adjunto se pronunciou nas redes sociais. Ele publicou uma foto ao lado de Mario Frias, a quem chamou de "irmão", de André Porciuncula, secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, de Felipe Carmona, secretário nacional de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual, e de Felipe Pedri, secretário nacional do Audiovisual.

No post, ele disse: "tenho orgulho do que construímos até aqui, e do futuro que estou construindo para meus filhos e para os filhos dos Brasileiros de bem." E ainda: "na viagem em questão fizemos importantes tratativas para construção de polo de formação de atores em musicais, discutimos pautas do audiovisual e falamos sobre projetos incríveis que passam entre esporte e cultura em favor das crianças menos favorecidas."

Nas redes sociais, Helio costumar publicar fotos com outros membros do governo, especialmente com Mario Frias.

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