OBITUÁRIO

Morre Fernando Augusto, mestre do teatro de mamulengos, aos 74 anos

Fernando Augusto foi um dos criadores do Grupo Mamulengo Só-Riso e responsável pelo Museu do Mamulengo, de Olinda

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Emannuel Bento

Publicado em 15/07/2022 às 10:47 | Atualizado em 15/07/2022 às 11:49
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Morreu nesta sexta-feira (15) o mestre Fernando Augusto, bonequeiro, encenador, cenógrafo e pesquisador da cultura popular, aos 74 anos. O artista era um dos principais conhecedores da arte dos mamulengos do Nordeste.

Morador do Sítio Histórico de Olinda, ele faleceu num hospital particular do Recife pela manhã. Fernando Augusto vinha lutando contra um câncer há um ano e dois meses. O tumor começou a crescer a partir da bexiga, espalhando-se para outras partes do corpo. As informações são de familiares.

O velório será realizado ainda nesta sexta-feira (15), a partir das 15h, no Cemitério Parque das Flores, na Zona Oeste do Recife. O sepultamento ocorre às 16h. A cerimônia será aberta ao público.

Fernando Augusto deixa legado para o teatro de mamulengos

Nascido em 12 de agosto de 1947, Fernando Augusto Gonçalves foi um dos criadores do Grupo Mamulengo Só-Riso, em 1975, ao lado dos atores Nilson de Moura e Luiz Maurício Carvalheira.

O grupo ficou conhecido pelo trabalho de criação do teatro com mamulengos - o teatro de bonecos do Nordeste - e ganhou notoriedade tanto pelas pesquisas e recriações desse brinquedo.

Fernando também criou o Centro de Produção Cultural Museu do Mamulengo - Espaço Tiridá, em 1994. Localizado no Varadouro, no Sítio Histórico de Olinda, o espaço lúdico habitado pelos mais diferentes bonecos do estado.

HANS VON MANTEUFFEL/DIVULGAÇÃO
CULTURA Fernando Augusto Gonçalves foi um dos criadores do Grupo Mamulengo Só-Riso, em 1975, e morava em Olinda - HANS VON MANTEUFFEL/DIVULGAÇÃO

No local, o visitante pode apreciar 350 peças em exposição. O espaço conta ainda com um acervo de cerca de 1000 mamulengos. A criação desse acervo começou ainda na década de 1970, justamente com as peças do Grupo Mamulengo Só-Riso.

"Sempre o reverenciei como um mestre, gênio do teatro de bonecos neste planeta, com o dom da palavra e do encantamento. Lembro com carinho de suas publicações e pesquisas com o teatro popular de bonecos no Nordeste. [...] Um criador dos maiores que este mundo da bonecaria já teve", disse Leidson Ferraz, pesquisador do teatro pernambucano.

"Hoje, a cultura de Pernambuco ficou mais pobre. [...] Um homem inteligente, irreverente, intenso, dono de uma criatividade e de um talento sem igual", publicou a vice-governadora Luciana Santos. "É um dia muito triste. Quero deixar um abraço carinhoso para os amigos e familiares, em especial para sua sobrinha Danusa. O legado de Fernando segue. E viva o Mamulengo Só-Riso!".


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