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Prefeitura do Recife divulga nomes dos homenageados do CARNAVAL 2023; confira

Escolha dos nomes se deu pelos bons serviços prestados à salvaguarda da memória cultural em torno do ciclo carnavalesco e faz justiça a nomes basilares do frevo e do maracatu do Estado

Renata Monteiro
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Renata Monteiro
Publicado em 20/01/2023 às 18:38
Rodolfo Loepert / PCR
Dona Marivalda, Geraldo Azevedo e Zenaide Bezerra - FOTO: Rodolfo Loepert / PCR

A Prefeitura do Recife anunciou, nesta sexta-feira (20), os homenageados do Carnaval 2023: Dona Marivalda, Zenaide Bezerra e Geraldo Azevedo, legítimos representantes da cultura popular pernambucana.

"Hoje é um dia muito importante para a gente, quando fazemos o anúncio das homenageadas e do homenageado do Carnaval 2023: Zenaide Bezerra, Dona Marivalda e Geraldo Azevedo. Eles estão aqui representando a Cultura Popular, o Frevo, o Maracatu, representando a força da nossa cultura", afirmou prefeito do Recife, João Campos (PSB), durante visita à Casa do Carnaval, localizada no Pátio de São Pedro.

Na ocasião, o gestor também garantiu que os recifenses terão um grande carnaval neste ano, o primeiro do pós-pandemia. "A gente fica muito feliz de poder fazer esse movimento em nome da nossa cidade, do povo do Recife, sabendo que nesse ano nós teremos o maior e mais bonito Carnaval da história, depois de dois anos adormecidos em virtude da pandemia. A gente volta com grande energia e podendo fazer essas justas homenagens. Tenho certeza que os três nos representam, representam a nossa cidade e a força da nossa cultura. Em nome deles, parabéns a todos e todas que fazem a cultura do Recife e de Pernambuco", completou.

De acordo com a PCR, a escolha dos nomes se deu pelos bons serviços prestados à salvaguarda da memória cultural em torno do ciclo carnavalesco e faz justiça a nomes basilares do frevo e do maracatu, sonoridades reinantes durante a festa de momo no Estado.

"Zenaide Bezerra transmite os conhecimentos do passo do frevo há 65 anos. Dona Marivalda é a matriarca e rainha do secular Maracatu Estrela Brilhante. Geraldo Azevedo estreou no mundo da música e da composição pelas notas afetivas do frevo", detalha a administração municipal, por nota.

Emocionada com a homenagem, Zenaide Bezerra declarou que não esperava o reconhecimento. "Uma surpresa grande mesmo. Eu nunca pensei em ser homenageada no Carnaval, já que tive a surpresa de ser Patrimônio Vivo do Recife, e agora chegar aqui e ser surpreendida com a notícia de ser homenageada do Carnaval? É muita coisa! Ainda tenho que chorar muito em casa, porque eu não estou acreditando", disse.

"Para mim foi um orgulho, eu não esperava. Estou há 35 anos fazendo o Maracatu Estrela Brilhante e para mim isso é um orgulho. É uma homenagem em vida e eu poderia participar da festa", afirmou Dona Marivalda.

Geraldo Azevedo, por sua vez, lembrou da sua relação com o frevo, firmada desde o início da sua carreira. "Só voltar ao Carnaval já era uma emoção muito grande. Com essa surpresa que eu tive hoje, de ser um dos homenageados, a alegria aumenta. Eu acho que esse é o Carnaval da democracia e poder realizar, ser homenageado, para mim é quase uma glória importante na minha carreira. Eu esperei a minha vez chegar, porque fui um dos grandes divulgadores do Frevo, tenho consciência disso. E tenho muito orgulho de ter esse ritmo na minha vida, de ser e fazer parte da diversidade pernambucana", observou.

Conheça, abaixo, o perfil de cada um dos homenageados do Carnaval do Recife 2023:

Dona Marivalda

Matriarca, rainha e presidente do Maracatu Estrela Brilhante desde os idos de 1995, Marivalda Maria dos Santos representa e congrega muitas gerações e tradições da cultura popular recifense e pernambucana. Costureira de mão cheia, começou devotando seus talentos e afetos a diversos brinquedos, de escolas de samba a grupos de maracatu, que nascem, se fundem e se confundem nas periferias do Recife. Muito trabalho e festa depois, assumiu seu lugar na linhagem de majestades, divindades e mestres das brincadeiras populares, sendo coroada rainha nas avenidas de Momo e também nos terreiros sagrados de seus ancestrais. Marivalda é testemunho de festa e fé, uma vida inteira devotada às tradições que sustentam o Recife e sua gente.

Zenaide Bezerra

Considerada a mais antiga passista em atividade do Brasil, Zenaide Bezerra tem 73 anos de idade e pelo menos 65 de frevo. Começou a dançar reproduzindo os ensinamentos e movimentos do seu pai, o renomado passista Egídio Bezerra. Em 1975, montou um grupo de dança, Grupo Folclórico Egídio Bezerra, que se dedica a transmitir, desde então, as tradições pernambucanas a muitas gerações de recifenses. Zenaide jamais aposentou a sombrinha e participa ininterrupta e efetivamente, até hoje, da programação do Carnaval do Recife. Em 2022, foi declarada Patrimônio Vivo do Recife, em reconhecimento à história que ela conta e perpetua a cada passo que se dedica a apresentar e legar para as próximas gerações do Carnaval e da cultura recifense.

Geraldo Azevedo

Nascido em Petrolina, Geraldo Azevedo entrou pela porta do frevo na carreira musical. Suas primeiras experiências no palco foram como integrante de uma banda de Carnaval. O frevo também marcou sua estreia como compositor, em 1967, quando ele escreveu a música “Aquela Rosa”, que mais tarde viria a se tornar um clássico momesco, em parceria com seu parceiro de muitos sucessos e carnavais, Carlos Fernando. Naquele mesmo ano, o frevo de bloco, que nunca mais seria esquecido pelas ruas do Recife, chegou a ser vencedor do Festival de Música Popular do Nordeste. Geraldo participou ainda do Projeto Asas da América, que resgatava o ritmo, desde seu primeiro disco, em 1979. Ao longo da carreira, seguiu colecionando parceiros importantes, como Naná Vasconcelos, Alceu Valença, Xangai e Elomar, Elba e Zé Ramalho. Com seu timbre inconfundível, confirmou-se a voz a falar por um povo inteiro. Gravou mais de 20 discos e rodou meio mundo dedilhando forró e xote, baião e maracatu, além do frevo de sempre em sua inseparável viola. Em 2019, ele revisitou o ritmo com um lançamento de um inédito disco todo dedicado ao ritmo, sob o título ‘É o Frevo. É Brasil’. Quando fevereiro chegar, faz tempo que ele profetiza, saudade já não mata a gente.

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