Com ingressos esgotados em sessões de São Paulo e do Rio de Janeiro, a peça "Moliére", com Matheus Nachtergaele, chega ao Recife neste final de semana, em cartaz no Teatro do Parque, no Centro, da sexta-feira (10) ao domingo (12).
Trata-se da primeira montagem da renomada dramaturga, escritora e roteirista mexicana Sabina Berman no Brasil. Veja ingressos no serviço, ao final da matéria.
O espetáculo conta com mais de onze atores, trazendo no enredo uma disputa bem-humorada entre a Comédia, representada no personagem Molière (dramaturgo francês considerado um dos mestres da comédia, vivido por Nachtergaele) e a Tragédia, personificada pelo poeta Jean Racine (Elcio Nogueira Seixas).
A direção é de Diego Fortes, ganhador do Prêmio Shell em 2017 pelo espetáculo "O Grande Sucesso". O espetáculo bebe de influências do próprio teatro de Molière, que mesclava vários estilos em uma mesma obra: commedia Dell’Arte, influências renascentistas e barrocas, além do humor satírico.
"A fusão de linguagens de Molière e a autenticidade de suas criações nos possibilitaram misturar cores e texturas com extrema liberdade, procurando sempre uma encenação em que regras pudessem ser quebradas", diz o diretor.
O elenco estava pronto para embarcar para o Recife há dois anos, quando chegou a pandemia do coronavírus. "Recife era uma cidade para a qual queríamos ter trazido o espetáculo já desde o começo. Uma cidade de muitos amigos e fundamental no panorama da arte brasileira", diz Matheus Nachtergaele.
Embalada por músicas de Caetano Veloso, executadas ao vivo com arranjos originais do maestro Gilson Fukushima, a montagem integra o projeto de intercâmbio cultural promovido pelo Teatro Promíscuo pela valorização da dramaturgia latino-americana.
Em cena, quatorze atores e músicos vão narrar o inusitado conflito entre formas opostas de pensar o mundo, expressas pelas famosas máscaras do teatro: uma ri malandramente de tudo e de todos e a outra mostra reverência e temor diante da dor e da morte.
Enredo de Moliére
O embate épico entre as facetas de Molière e Jean Racine tem como cenário a corte carnavalesca de Luis XIV, o Rei Sol (Josie Antello), na França. Amado pelo público e favorito do extravagante rei, Molière trava uma luta tragicômica com seu aprendiz Racine para manter a posição de dramaturgo mais prestigiado da corte.
Enquanto isso, o Arcebispo de Paris, grande entusiasta da guerra, Monsenhor Péréfixe (Renato Borghi), tentará se aproveitar do conflito para banir o teatro do reino, endurecendo a censura e lançando a França numa era de obscurantismo, violência e sacrifício.
Cenário e figurinos
O cenário de André Cortez evidencia o jogo de transições entre teatro e realidade, ao mesmo tempo em que dissipa os limites entre palco e plateia. O público, enquanto assiste a uma encenação de Molière ou de Racine, também acompanha as reações do Rei Luís XIV e do Arcebispo Péréfixe ao espetáculo.
Os figurinos de Karlla Girotto brincam com a ideia irreverente de uma "França Tropical", ou melhor, de uma delirante "Tropicália Francesa" irrompendo em plena corte absolutista do século XVII.
Paralelo ao espetáculo, Matheus Nachtergaele pode ser visto em trabalhos recentes como “Cine Holliúdy” (TV Globo) e entrará em cartaz com o longa “O Clube dos Anjos”, baseado na obra de Luis Fernando Veríssimo, com roteiro e direção de Angelo Defanti. E ainda pode ser visto no longa ‘Carro Rei’, da pernambucana Renata Pinheiro.
SERVIÇO
Molière
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81 - Boa Vista)
Quando: sexta-feira (10) e sábado (11), às 20h30, domingo (12), às 19h30
Quanto: R$ 120 (inteira), meia-entrada esgotada na sexta-feira, à venda no Sympla
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