Paixão de Cristo do Recife atraiu 15 mil pessoas; 'Teatro é um culto', diz ator que vive Jesus
Com abordagens e cenários contemporâneos, "Paixão de Cristo do Recife: Jesus, a Luz do Mundo" emocionou o público
Cerca de 15 mil pessoas prestigiaram a "Paixão de Cristo do Recife: Jesus, a Luz do Mundo" durante o feriadão da Semana Santa, com uma média de 5 mil espectadores por dia. O espetáculo ao ar livre foi realizado na praça Marco Zero, no Bairro do Recife, na sexta-feira (29) ao domingo (31), sempre a partir das 18h.
Com 50 atores e 80 figurantes, a 26ª edição do espetáculo reafirmou o compromisso com temas atuais e urgentes, que atravessam e desafiam a humanidade a rever preconceitos e valores.
Com uma hora e quarenta minutos de duração, a montagem também apostou em cenários modernos e não realistas, com alicerces à mostra, feitos com estruturas metálicas de até cinco metros de altura.
Com realização da Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), o roteiro e a direção foram de Carlos Carvalho.
Público se emocionou com espetáculo
A aposentada Claudete de Souza, de 70 anos, se sentiu tocada com a peça ao livre. "Eu achei o espetáculo muito lindo, porque nunca foi semelhante à forma como hoje foi. Me emocionei com o final, quando Jesus apareceu deitado, mas depois aparece do outro lado do palco. Normalmente choro muito, venho todo ano."
A analista jurídica Priscila Dias ressaltou o aspecto atual da obra. "O espetáculo foi maravilhoso, trazendo a mensagem tradicional do evangelho, mas também temas contemporâneos, né? Eu me senti muito emocionada com várias falas políticas, sociais."
'Teatro é um culto', diz ator de Jesus
"Nada melhor do que repetir a palavra da verdade, a palavra da compaixão, a palavra do amor, a palavra da união, da solidariedade e da comunhão", disse o ator Asaías Rodrigues (Zaza), que vive Jesus pelo terceiro ano consecutivo.
"Esse é o meu maior sentimento: de vitória, de orgulho e de gratidão às pessoas que ainda acreditam no nosso senhor Jesus Cristo, que acreditam na arte. Gratidão também à toda equipe, ao José Pimentel e ao Paulo de Castro por acreditarem ainda nesta linguagem que é o teatro. É uma linguagem que vem da religião."
O artista encerrou ressaltando que o "teatro é um culto". "Nós que estamos em cena somos espécie de sacerdotes. Canalizamos a palavra do amor para repassar para as pessoas, então gente é só gratidão imensa."
'Mulher que foi maior exemplo de força'
"Representar Maria é a maior honra e a maior é alegria que uma atriz pode ter. É você pegar o seu corpo para dar vida à mulher que foi o maior exemplo de força, de determinação e de resiliência na história da humanidade, que gerou o nosso Cristo", diz a mineira Brenda Lígia, que vive Maria.
A história da Paixão também contou com outras vozes e rostos da cena teatral local, como Albemar Araújo, no papel de Herodes; Douglas Duan, como Caifás; Flávio Renovatto, como João Batista; Júnior Aguiar, no papel de Judas; além de Normando Roberto e Carlos Lira, que viverão Pilatos e Anás. Também subiram ao palco alunos de cursos de teatro da cidade e 20 bailarinos do grupo Bacnaré.