Chico César e Zeca Baleiro retomaram uma parceria iniciada há 32 anos com o álbum "Ao Arrepio da Lei", com mais de 20 canções. Lançado em 1º de março, o projeto ganhou uma turnê que chega ao Recife nesta sexta-feira (10), às 21h, no Teatro Guararapes.
No repertório do show, as novas canções e sucessos de ambos, algumas mais quentes, outras mais reflexivas. O álbum já teve singles como "Respira", "Lovers", "Verão" e "Beije-me Antes".
A história do álbum começa na pandemia, quando Chico e Zeca começaram a compor bastante juntos. Entre maio de 2020 e o início de 2021, foram mais de 20 composições - reggaes, baladas, xotes e rocks. Como os dois compõem letra e música, o processo de criação foi em conjunto, com muitas experimentações.
'Assuntos perenes em nós'
"Concretiza-se assim o encontro de três décadas. Parece que demorou mas tudo tem seu tempo, o período de maturação. A pandemia, de certo modo, veio nos dizer da necessidade de estar perto das pessoas com as quais nos identificamos e nos vinculamos em ética e estética", diz Chico César.
"Claro que tematizamos a pandemia mas também fizemos canções que poderiam ter sido geradas em qualquer momento e falam de outras coisas, assuntos perenes em nós", completa.
'Algum pavio criativo acendeu'
"Eu e o Chico nos conhecemos desde 91, ano em que cheguei em São Paulo. Nos tornamos amigos e parceiros desde então, mas a real é que nunca fizemos muitas músicas juntos. A ‘parceria’ se dava mais num plano de troca estética e admiração mútua", diz Zeca Baleiro.
"Com a pandemia e o isolamento, alguma mágica rolou, algum pavio criativo acendeu. Começamos a trocar ideias, pedaços de letra ou melodia, refrães à espera de estrofes e, desde maio de 2020, compusemos duas dezenas de canções. Resolvemos gravá-las por reconhecer nessa produção o coroamento de uma longa história de amizade e afinidade musical."
Produção
Swami Jr., que já trabalhou com Chico e Zeca em shows e discos, foi convidado a produzir o álbum, que ainda tem uma canção produzida por Érico Theobaldo ("Lovers") e outra por Alexandre Fontanetti ("Verão").
"Conheci Chico César e Zeca Baleiro no início dos anos 90. Eram então dois jovens brilhantes e, sobretudo, corajosos artistas nordestinos enfrentando a metrópole paulistana com a couraça do sonho inabalável. Conhecendo pouco a pouco o que eles criavam e o oceano de talento que os habitava, tive a certeza de que logo estariam no “altar” da música brasileira, junto a seus grandes ídolos", diz Swami.
"Chico e Zeca são daquele seleto grupo de compositores em cuja música há o grito clandestino de haver alma. Em sua obra estão a voz do Nordeste, de Arari e Catolé do Rocha, a voz de todas as vozes da canção brasileira em uma visão generosa, plural e grandiosa da música popular."
Outra parceira artística de ambos desde os anos 80, Vange Milliet foi convidada para fazer as fotos de divulgação e para a capa do álbum, que tem projeto gráfico de Andrea Pedro. É um lançamento Chita/Saravá Discos com distribuição ONErpm.