Megamural em homenagem ao pife colore o Centro do Recife

Obra do artista Max Motta fica na fachada do Edifício Garagem Central, na Boa Vista, integrando ação do Gabinete de Inovação Urbana do Recife

Publicado em 09/07/2024 às 12:34 | Atualizado em 09/07/2024 às 13:19

Mais um megamural foi finalizado no Centro do Recife, através do edital público do Gabinete de Inovação Urbana, desta vez na fachada do Edifício Garagem Central, na Rua da União, no bairro da Boa Vista. A obra do artista Max Motta celebra o pífano, um instrumento de sopro que simboliza a resistência e a riqueza da cultura popular nordestina. A iniciativa contou com um investimento de R$ 75 mil.

Combinando graffiti e elementos da cultura local, o mural se destaca na paisagem urbana, simbolizando a valorização e preservação da cultura nordestina. Em 2022, as Bandas de Pífano foram reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco pelo IPHAN, destacando sua importância cultural para o Estado.

Realizada pela ACabra Produções, a obra evidencia o tema do edital "Recife Cidade da Música", comemorando a inclusão do Recife na Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria música. O projeto contou também com o apoio da Tintas Iquine, transformando a cidade em uma verdadeira galeria a céu aberto.

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UENNI/DIVULGAÇÃO
Megamural de grafitti do artista Max Motta celebra o pife em fachada do Edifício Garagem Central, na Rua da União, - UENNI/DIVULGAÇÃO

Com uma dimensão de 363m², o mural retrata uma mulher negra tocando pífano, vestida com trajes juninos e um chapéu de couro típico do sertão nordestino. A personagem, imersa em sua expressão musical, traz um toque de eternidade e encantamento através das cores inspiradas no amanhecer, como roxo, magenta, laranja e amarelo.

Max Motta, conhecido por seu estilo realista e por retratar questões políticas e sociais, reforça a importância de trazer a representatividade e da identidade nordestina para o centro da capital pernambucana.

'A Cara do Brasil'

"O meu trabalho busca refletir a identidade nacional, especialmente através da representação de corpos negros e pessoas comuns. A gente sabe que as técnicas de pintura clássicas foram desenvolvidas na Europa e os exemplos dos corpos pintados ali também seguiram essa tendência. Como o lema do meu trabalho é 'A Cara do Brasil', eu quis trazer para o 'Raiar do Pife' o verdadeiro corpo nordestino, a cara de Pernambuco", afirma Max.

Max Motta é o primeiro artista do edital a realizar um megamural sem o auxílio de um projetor, utilizando um grid de letras e símbolos para guiar o início da pintura. Ele contou com os artistas assistentes Antsocial MFC, Baski, Inverso Art, Marquinhos ATG e Pene para dar vida a essa grandiosa obra que pode ser vista da Ponte Duarte Coelho e do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM).

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