Phylipe Nunes Araújo faz mergulho sonoro no Agreste com o EP 'Lajeiro'
Com um repertório de seis faixas autorais, projeto conta com participações de Zeh Lucas, Fellipe Pereira, Jonatas Onofre, Ágda Moura e Nyron Higor
"Lajeiro", primeiro trabalho de estúdio do compositor Phylipe Nunes Araújo, é uma viagem sonora para o Agreste pernambucano. Ao invés do som das máquinas de costura, motores da economia da região, o ouvinte mergulhará nos acordes de violão que o jovem músico entoa desde a infância, junto ao avô João.
Natural de Santa Cruz do Capibaribe, ele iniciou sua trajetória fonográfica através do EP "Nunes", em 2015, chamando a atenção de veículos de imprensa de música independente do Brasil. Em 2020 lança "Azul Neon", álbum marcado pela experimentação da canção pop em gravações.
Com um repertório de seis faixas autorais, o novo trabalho conta com participações dos músicos Zeh Lucas (percussão/bateria/voz), Fellipe Pereira (bateria/guitarra/violão/synth), Jonatas Onofre (teclados), Ágda Moura (voz) e Nyron Higor (baixo).
O projeto também é fruto de um projeto elaborado e coordenado por CássioSales (Estúdio Glândula/O Criatório, Gravatá/PE), tem produção musical assinada pelo próprio Phylipe em parceria com Fellipe Pereira, e é o primeiro lançamento do selo muuu records.
Faixa a faixa
O EP inicia com "Brasil", música de trabalho com participação da também santacruzense Agda, que compôs e canta com Phylipe. Uma balada de letra descontraída, parecida com quase todas as outras.
Despreocupadamente, o artista rompe toda descontração para que voltemos a atenção para as imagens bonitas de uma procissão de interior, na canção "Fruta".
Uma longa camada de sintetizadores abre caminho para "Estrela", balada rock quase completa. Novamente numa formação com banda, agora a voz já distorcida canta lembranças de um cenário distante, que tem o mar como protagonista.
"Mansinho", uma música feita de silêncios, é um respiro. Um momento que chama pra dentro, onde afloram as rochas, para sentir o vento soprando no rosto.
Em seguida, "Lajeiro" nos apresenta uma canção que é como um sonho. Em "Peixe", que experimenta com ritmos tradicionais brasileiros, os arranjos anteriores tem o auxílio de mais percussões e coros. A última faixa contempla e reverencia as paisagens e amigos que fazemos no caminho. Num ajuntamento desses poetas, "Lajeiro" nos presenteia com um coro final que reúne todos os músicos que participaram do trabalho.