Quem é Marcelo Xavier, presidente da FUNAI que foi expulso de evento?
O presidente da Fundação foi expulso por Ricardo Rao, indigenista brasileiro que obrigou Marcelo a sair do local aos gritos de "assassino" e "miliciano".

Marcelo Xavier, que foi acusado de ser responsável pelo assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips e expulso de evento em Madri, é presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) desde 2019.
O presidente da Fundação foi expulso por Ricardo Rao, indigenista brasileiro que obrigou Marcelo a sair do local aos gritos de “assassino” e “miliciano”. A situação ocorreu no evento do Fundo de Desenvolvimento dos Povos Indígenas, localizado em Madri, Espanha.
Marcelo criticou jornalista e indigenistas mortos na época de seu desaparecimento
Esse episódio possui relação com o momento do desaparecimento de Bruno e Dom, já que na época o presidente da FUNAI culpou a dupla ao declarar que alguns indivíduos sabem do risco mas “insistem em ir lá”.
Após a descoberta dos corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira, servidores da FUNAI pediram pela exoneração de Marcelo Xavier do cargo, mas não foram atendidos pelo Governo Federal.
Quem é Marcelo Xavier?
Xavier é um delegado da Polícia Federal que foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em julho de 2019.
O presidente da FUNAI já se mostrou a favor da exploração dos minérios nas terras indígenas e possui proximidade com parlamentares da bancada dos ruralistas e da bancada da bala. Xavier, inclusive, foi contra grupos de povos indígenas quando era ouvidor da Fundação.
Em 2021 durante a Comissão de Direitos Humanos, deputados desses grupos fizeram diversos elogios para o líder da FUNAI. O deputado da bancada ruralista, Nelson Barbudo (PL-MT), considerou Marcelo que “um bravo guerreiro da PF [Polícia Federal]. Um defensor do homem livre para plantar, livre para viver, livre para escolher seu caminho. E que deve ser lembrado como o homem que livrou os índios da esquerda”.
O indigenista que realizou o ataque a Marcelo Xavier diz ter saído do Brasil após sofrer ameaças de morte quando trabalhava na FUNAI.
FUNAI se pronuncia sobre o assunto, veja nota
"A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) vem a público manifestar repúdio aos ataques verbais
proferidos contra o Presidente da Fundação, Marcelo Xavier, em2110712022, em Madri, na Espanha,
durante a XVI Assembleia Geral Extraordinária do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos
Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac).
O Presidente da FUNAI, vítima de agressões infundadas, retirou-se do local, por sua própria
iniciativa, para evitar os devaneios, as ofensas praticadas por ex-servidor da FUNAI e quiçá
quaisquer ataques à integridade física, uma vez que o manifestante encontrava-se em nítida situação
de instabilidade.
A FUNAI lamenta o ocorrido e destaca que tais atitudes são irresponsáveis, violentas e
antidemocráticas, inviabilizando, assim, qualquer tipo de diálogo sadio e producente, que deve ser
sempre pautado no respeito entre as partes. A Fundação entende que não se constroem políticas
públicas na base de ofensas e argumentos destituídos de fundamento e provas. Tais atitudes não são
compatíveis com o Estado Democrático de Direito.
A Fundação informa ainda que, sobre o caso, foram tomadas providências junto à Polícia Judiciária
da Espanha. É importante ressaltar que, por motivos de segurança, o Presidente da FUNAI optou por
sair voluntariamente do local do evento, dada a atitude hostil e agressiva do manifestante. Inclusive,
os lamentáveis ataques serão objeto de ação judicial por crime contra a honra e ação de indenização
por danos morais.
O manifestante que proferiu de forma agressiva os ataques verbais foi funcionário da FUNAI até o
ano de 2020, tendo sido exonerado na ocasião por não ter cumprido as condições de estágio
probatório. Por fim, a Fundação reforça que, enquanto instituição pública, calcada na supremacia do
interesse público, não coaduna com nenhum tipo de conduta ofensiva, repudia qualquer forma de
desrespeito e segue aberta ao diálogo com os diferentes setores da sociedade", relatou a entidade.