Embora ainda tenha incerteza quanto à necessidade de pagamento de pelo menos 18 milhões de pessoas (beneficiários ainda em análise e que fizeram recadastramento), o presidente da Caixa Econômica Federal disse que já espera, a partir desta quarta-feira (6), uma normalização no fluxo de saques do auxílio emergencial nas agências do banco. Segundo Pedro Guimarães, ao todo, a Caixa criou 18,5 milhões de contas digitais no aplicativo Caixa Tem e, deste universo, 16,4 milhões de beneficiários já acessaram os recursos depositados.
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As contas, levam em consideração os beneficiários que precisaram fazer cadastro no aplicativo do Auxílio Emergencial e, por conseguinte, criar uma conta no aplicativo Caixa Tem. Até a tarde de hoje, de acordo com a Caixa, 88% desse beneficiários já conseguiram efetuar alguma operação na conta digital, restando pouco mais de 2 milhões de usuários (do total de 18,5 milhões de contas).
"Hoje já passamos do maior volume, porque foi o pagamento (dos nascidos) de novembro e dezembro. Foi um dia muito importante. Basicamente conseguimos normalizar. Estamos próximos de normalizar todo o pagamento de todas as pessoas com conta digital", afirmou Guimarães.
Do total de 16, 4 milhões de contas já movimentadas, 7 milhões delas realizaram transferências entre contas da Caixa; pelo menos 3,2 milhões fizeram operação de DOC ou TED e 38 mil utilizaram o cartão de débito virtual ELO disponibilizado pela Caixa. Outras 333 mil contas foram utilizadas para pagamento de boletos, enquanto 400 mil pagaram às concessionárias (energia, água...) diretamente pelo aplicativo.
Desde o último dia 27 de abril, quando se iniciaram os saques do pagamento em espécie, 5,2 milhões de pessoas tiveram acesso ao dinheiro. Por dia, no dia 27 foram realizados 76 mil saques. Hoje, até as 14h, o banco já havia realizado mais de 800 mil saques.
"Não há necessidade de se chegar de madrugada na fila ou na noite anterior. Já mostramos claramente a diferença entre segunda-feira (27 de abril) e hoje, quando pagamos 10 vezes mais pessoas. Por que houve aquela aglomeração ou demanda maior de pessoas? Uma parcela menor acabou conseguindo realizar o saque, como consequência, várias pessoas que nasceram nos primeiros meses acabaram indo nos outros dias. Neste momento, seja ontem e hoje, conseguimos uma normalização", reforçou Guimarães.
Questionada sobre a demanda de novas análises e liberação dos cadastros que já aguardavam alguma resposta sobre aprovação da Dataprev e do ministério da Cidadania, a Caixa se restringiu a informar que essa é uma atribuição apenas da empresa de tecnologia.
Pelas contas do próprio banco, seguem em poder da Dataprev 6 milhões e cadastros ainda em análise, enquanto pouco mais de 12,4 milhões de pessoas que já tinham o cadastro ainda estão fazendo o recadastramento por alguma inconsistência dos dados apresentados, ou seja, mais de 18 milhões de beneficiários ainda não receberam e nem sabem se serão aprovados para receber a primeira parcela do pagamento.
Ao todo, incluindo inscritos no aplicativo, Bolsa Família e Cadastro Único, a Caixa já chegou a R$ 35,5 bilhões creditados para 50 milhões de beneficiários, mas, só no aplicativo, o banco já registrou 51 milhões de inscrições.
Calendário segunda parcela
Nesta quarta-feira (6), a Caixa espera que haja uma redução no fluxo de pessoas para realização dos saques nas agências, visto que o atendimento para esse serviço passa a ser "misto", sem seguir o calendário do Mês de nascimento. Se a expectativa se confirmar, o banco passará a ter consigo a certeza de alguma melhora na velocidade do atendimento, seja no ambiente virtual ou no ambiente físico.
"Um ponto muito importante foi o ajuste do aplicativo (Caixa Tem), que teve problemas na semana passada. Tivemos mais funcionários e pessoas terceirizadas, além de melhorias operacionais", celebrou o presidente.
Sobre a liberação de um novo calendário para pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial, Pedro Guimarães disse que "mudanças muito fáceis de serem entendidas" estão sendo propostas, sem dar mais detalhes. "Exatamente pelas questões de que tivemos filas, vamos reduzir hoje e, para o próximo pagamento, queremos fazer um ajuste. Estamos muito próximos de finalizar. Depois que fecharmos o cronograma, levaremos ao presidente (Jair Bolsonaro). Já temos o ok de Paulo Guedes, na Economia, e temos o acerto via Caixa. Estamos em acerto com (ministério da) Cidadania e levaremos a Bolsonaro para em (alguns) dias divulgar o calendário. O maior gargalo foi o pagamento em si, porque as pessoas precisam de um tipo de assessoria. As pessoas acabam aprendendo, num segundo pagamento, certamente há uma curva de aprendizado", garantiu.
O Jornal do Commercio demandou a própria Caixa e a Dataprev sobre, respectivamente, uso de espaços como o Centro de Convenções e escolas públicas (para atendimento aos beneficiários) e prazos para aprovação ou não dos cadastros que seguem em análise, mas ainda não obteve respostas sobre essas questões.
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