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Volume de serviços de Pernambuco recua 0,5% em maio, quarta queda consecutiva do setor

Diferente dos meses anteriores, o desempenho pernambucano ficou acima da média nacional, visto que o índice do Brasil registrou recuo de -0,9%

Marcelo Aprígio
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Marcelo Aprígio
Publicado em 10/07/2020 às 13:36 | Atualizado em 10/07/2020 às 14:09
MONA LISA DOURADO/ACERVO JC
A queda no volume de serviços foi acompanhada pelas cinco atividades pesquisadas - FOTO: MONA LISA DOURADO/ACERVO JC

Após o tombo recorde registrado em abril, o setor de serviços, responsável por 75,3% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco, recuou -0,5% em maio frente o mês anterior, apontando ainda efeitos das medidas de isolamento social para conter a pandemia do novo coronavírus. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Desde fevereiro, o Estado vinha apresentando queda, considerando o mês anterior. Agora, porém, diferente dos períodos anteriores, o desempenho pernambucano ficou acima da média nacional, visto que o índice do Brasil registrou recuo de -0,9%, também após três recuos.

Quando levado em consideração o mês de maio de 2019, a retração do setor em Pernambuco é de -29,3%, foi maior que a do Brasil, que ficou -19,5%. No acumulado do ano, de janeiro a maio, o Estado registrou mais um recuo. O índice foi de -11,4%, superando o nacional, de -7,6%. Nos últimos 12 meses, Pernambuco acumula retração de -4,6%. No País, cujo PIB sofre forte influência do setor, que tem participação acima de 60%, a redução foi de -2,7%.

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A queda de -29,3% no volume de serviços, de maio de 2019 para maio de 2020, foi acompanhada pelas cinco atividades pesquisadas. Entre elas, a que apresentou a maior queda foi a de serviços prestados às famílias, com redução de 71,0%. O segmento inclui 23 tipos de serviços, como hotéis, bares, restaurantes, salões de beleza, espetáculos de artes cênicas e atividades esportivas em geral.

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Além do destaque para o recuo em serviços prestados às famílias, os de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio tiveram perdas e caíram 33,5%. Já o segmento de outros serviços, por sua vez, tiveram retração de -23,7%, seguido de serviços administrativos e complementares (-19,5%). Os serviços de informação e comunicação também registraram resultado negativo (-10,0%).

Turismo dá sinais de recuperação

As atividades turísticas começaram a dar sinais de recuperação em maio ao registrar um crescimento em relação a abril. Em Pernambuco, o índice de atividades turísticas ter alta de 7,9%, segundo o IBGE. No Brasil, o avanço do setor no mês de maio deste ano foi um pouco menor, 6,6%.

Quando confrontado com o mês de abril de 2019, o turismo de Pernambuco muda de cenário, amargando uma queda mais acentuada que a do Brasil: -70,9%, contra -65,6% no País.

No acumulado do ano, as atividades turísticas no Brasil caíram -29,9% frente a igual período de 2019, pressionado pelos ramos de transporte aéreo, restaurantes, hotéis, rodoviário coletivo de passageiros e serviços de bufê. Segundo a PMS, as atividades turísticas em Pernambuco caíram -31,9% entre janeiro e maio deste ano. No Estado, a queda acumulada em 12 meses é de -13,2%. No Brasil, o resultado também ficou negativo, -10,9%.

Recuperação de fato só em 2023, diz CNC

Apesar do crescimento em maio, projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) apontam perdas acumuladas de R$ 122 bilhões no setor turístico desde março, quando a pandemia teve início. Somente em junho, aentidadeestima que o setortenha perdido cerca de R$ 34,2 bilhões, após deixar de faturar R$ 37,5 bilhões em maio, R$ 36,9 bilhões em abril e R$ 13,4 bilhões em março.

A confederação prevê também que a tendência é de que o faturamento real desse segmento encolha 39% neste ano, com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia apenas no terceiro trimestre de 2023. Já um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) feito em junho calcula que o setor pode retomar o nível anterior à pandemia no verão de 2022, mas levaria até o fim de 2025 para recuperar as perdas acumuladas no biênio de 2020 e 2021.

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