Em junho, mais da metade dos domicílios pernambucanos receberam receberam algum tipo de auxílio emergencial do governo relacionado à pandemia do novo coronavírus. Ao todo, 1 milhão e 737 mil lares em Pernambuco, ou 56,9%, tiveram acesso a algum benefício no mês passado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid), divulgada nesta quinta-feira (23).
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Com o resultado, o Estado ocupa o nono lugar no ranking nacional que mostra onde houve maior proporção de pessoas que tiveram a programas, como o auxílio emergencial e o benefício emergencial de preservação do emprego e da renda. A mesma tendência de alta ocorreu no Brasil, de 38,7% para 43%, e no Nordeste, que pulou de 54,8% para 58,9%. O valor médio do rendimento do auxílio em Pernambuco em junho também foi maior: passou para R$ 922, em contraste aos R$ 869 do mês de maio. “Direta ou indiretamente, esse contingente pode ter sido beneficiado com auxílio”, disse o diretor adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
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Ainda de acordo com a pesquisa, entre os responsáveis pelos domicílios que receberam o auxílio emergencial em Pernambuco, 43% não tem instrução ou têm o ensino fundamental incompleto. Em seguida, estão as pessoas com ensino médio completo ou superior incompleto, que são 31,9% do total. Os que têm ensino fundamental completo ou ensino médio incompleto são 17%. Por fim, os responsáveis pelo domicílio que recebem auxílio emergencial e têm ensino superior completo recebem a menor fatia do benefício, com 7,5%.
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Bolsa Família em baixa
Enquanto o auxílio emergencial alcançou mais domicílios em junho, o Bolsa Família apresentou uma redução no alcance aos lares pernambucanos. No Estado, foram 554 mil (18,3%) em maio contra 260 mil (8,5%) em junho. Por outro lado, o número de lares em que ao menos um morador recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) subiu, de 3,2% para 3,8%.
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Desemprego cresce em junho
A taxa de desemprego em Pernambuco aumentou mais de dois pontos percentuais em junho frente o mês de maio. O índice saiu de 10,5% para 12,6%. Com isso, 472 mil pernambucanos encerram o mês de junho desempregados e buscando ativamente um emprego. São 90 mil pessoas a mais, em comparação ao período anterior. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (23).
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No Brasil, a taxa de desocupação foi de 12,4% em junho, um aumento de 1,7 ponto percentual em relação a maio (10,7%). A taxa cresceu em todas as regiões de maio para junho, subindo de 11,2% para 13,2% no Nordeste.
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A Pnad Covid revelou ainda que aproximadamente de 1,12 milhão de pessoas fora da força de trabalho no Estado — isto é, não estavam trabalhando nem procuravam por trabalho — gostariam de trabalhar em junho, mas não conseguiram procurar emprego por causa da pandemia do novo coronavírus ou falta de oportunidades na região em que mora. Cerca de 80 mil a menos em comparação ao mês passado, segundo o IBGE.
Para o coordenador da pesquisa em Pernambuco, João Marcelo Santos, esse aumento na desocupação tem relação direta com a flexibilização do distanciamento social. “Isso aumentou a população na força trabalho, visto que o número de pessoas que não buscavam trabalho por causa da pandemia teve uma queda. Elas agora voltaram a pressionar o mercado", explica o pesquisador.
O levantamento ainda aponta que o número de pessoas ocupadas em Pernambuco não apresentou alteração significativa entre maio e junho, mas a quantidade de pessoas afastadas do trabalho, por estarem em quarentena ou em férias coletivas, devido ao distanciamento social, caiu de 948 mil para 666 mil pessoas. Em junho, 20,4% das mais de 3,2 milhões de pessoas ocupadas em Pernambuco estavam afastadas de suas atividades profissionais, contra 28,8% no mês anterior. Ainda segundo a pesquisa, 11,9% da população ocupada no estado trabalhou de forma remota no mês passado.
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A Pnad Covid mostra também que, para 39,8% dos trabalhadores o rendimento médio efetivo diminuiu e para 2,6% o total foi o maior que o recebido normalmente. O valor recebido normalmente pelos pernambucanos, em média, R$ 1.815 e o efetivo, R$1.436. O efetivo representava 79,1% do habitualmente recebido. Os dados colocam Pernambuco em terceiro lugar entre os estados do Nordeste com maior rendimento médio real efetivo, atrás apenas do Rio Grande do Norte e da Paraíba.
Além disso, a pandemia deixou 465 mil trabalhadores sem remuneração em maio. O número equivale a 56,9% das pessoas ocupadas, mas que estavam afastadas do trabalho. Uma queda de 0,9 ponto percentual frente maio. Entre aqueles que, apesar de afastados, ainda estavam recebendo seus salários, 39,8% recebeu menos que o habitual no mês passado.
Na avaliação do diretor adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, o conjunto de trabalhadores sem remuneração pode ser levado em consideração pelos governos na oferta de programas como o auxílio emergencial e o Bolsa Família. “É importante acompanhar esse grupo, junto com os desocupados e desalentados, porque é um conjunto de pessoas sem rendimentos de trabalho. Essas variáveis podem orientar as decisões de manutenção de programas de transferência de renda”, afirma Azeredo.
A média semanal de horas efetivamente trabalhadas (26h) no Estado ficou 13h abaixo da média habitual (39h). A pesquisa revela que as pessoas que estavam ocupadas no Estado, tiveram um acréscimo no números de horas trabalhadas. Cerca de 771 mil (31,5%) trabalham mais horas que o habitual. Em contrapartida, cerca de 100 mil trabalhadores tiveram suas horas de trabalhos reduzidas durante a pandemia, o que equivale a 4,1% das pessoas ocupadas.
Número de informais oscila para baixo
Os dados mostram que, em Pernambuco, a taxa de informalidade em oscilou um pouco para baixo, entre maio e junho. O índice diminuiu de 43% para 42,8% da força de trabalho ocupada e mantendo-se em aproximadamente 1,4 milhão de trabalhadores. "Esse fator também pode ter tido algum impacto na taxa de desemprego, visto que, com um isolamento social mais brando, muitos desses trabalhadores decidiram migrar para outros setores em busca de trabalho formal", pontua João Marcelo Santos.
Os informais são os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregados que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.
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