Alternativa em tempos de crise, o Delivery Sulanca Caruaru já movimentou mais de R$ 180 milhões na economia do município do Agreste de Pernambuco. De acordo com a prefeitura da cidade, só na última segunda-feira (3), o movimento foi de R$ 25 milhões, o maior número desde que o serviço de delivery começou a funcionar, em maio. Com o resultado, os feirantes encontraram um motivo para comemorar. Isso porque, desde março, quando o pátio da feira municipal foi fechado para conter o avanço da covid-19, os comerciantes vinham sentindo os efeitos negativos da pandemia do novo coronavírus.
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Usuário da plataforma, o comerciante Alexandre Vasconcelos, de 44 anos, viu o cenário melhorar a partir de julho, após o fim do lockdown decretado pelo governo de Pernambuco no Agreste. “Com a flexibilização, mais gente começou a buscar pelas nossas mercadorias. Isso que levantou nosso faturamento”, conta ele, dizendo que o Delivery Sulanca abriu seus olhos para o investimento em vendas online. “Os números poderiam ser melhores, mas, só com a internet, já estamos faturando quase 70% do que ganhávamos antes disso tudo”, revela o feirante.
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O presidente da Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, Pedro Moura, afirma que já há vendedores em situação melhor que a de Alexandre. Segundo ele, parte dos profissionais tem faturado igual ou mais que antes da pandemia. “Alguns sulanqueiros já estão vendendo muito mais que períodos como o fim de ano”, conta ele.
Criado em maio, o programa funciona como estratégia para ajudar na entrega de mercadorias vendidas pelos sulanqueiros aos seus clientes, que vão até o estacionamento do Polo Caruaru, nas segundas-feiras, sempre das 5h às 17h, retirar os produtos de maneira previamente agendada no site deliverysulanca.caruaru.pe.gov.br. Ao todo, já foram realizadas mais 25 mil entregas no local, que recebe ônibus, vans e carros de passeio vindos de vários estados do Brasil.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Economia Criativa da cidade, André Teixeira, a iniciativa tem superado as expectativas. “Normalmente, a cada feira, vendíamos cerca de R$ 30 milhões e já chegamos perto desse patamar”, afirma ele, que espera por um faturamento ainda maior nas próximas semanas.
Apesar dos números positivos, Pedro Moura, representante dos sulanqueiros, defende que a situação poderia estar mais confortável se a feira fosse reaberta. “Um bom número (de comerciantes) tem conseguido ganhar bem nesse momento, mas outra parte tem sofrido muito, porque não pôde se adaptar às vendas pela internet e precisam voltar à feira”, diz ele, cobrando uma solução às autoridades.
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Segundo o secretário, a expectativa é que a sulanca de Caruaru seja retomada na próxima segunda-feira (10). Ele, porém, ressalta que a data ainda não está confirmada e depende da autorização do governo do Estado. “Nós já temos um protocolo definido e estamos prontos para reabrir a feira. Se o governo liberar, vamos garantir o cumprimento de todas as medidas para evitar o avanço da doença”, garante o gestor.
Procurado pela reportagem, O governo de Pernambuco afirmou que há previsão de anúncio de novas flexibilizações nesta quinta-feira (6). A gestão estadual informou ainda que todas as feiras do Agreste, incluindo a de Caruaru, estão sob análise do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Coronavírus.
Site Na Feira
André Teixeira lembra ainda que a partir da próxima semana comerciantes da cidade contarão com uma nova plataforma de vendas, chamada de Na Feira de Caruaru (nafeiradecaruaru.com). Com o novo site, os lojistas poderão anunciar os produtos nos marketplaces parceiros. O primeiro parceiro anunciado é o Magazine Luiza. "Quando você entrar no site, você vai encontrar todos os produtos da Feira de Caruaru em um só clique", conta.
Segundo o titular da pasta de Desenvolvimento Econômico municipal, o Delivery Sulanca continuará a funcionar, apesar da chegada da nova plataforma. "O Delivery Sulanca permanece como alternativa para permitir que a gente tenha diversidade na forma de escoamento da nossa mercadoria", diz ele.
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