A Semana do Brasil 2020 tem início nesta quinta-feira (3) e irá até o dia 13 de setembro. Ela acontece na semana em que se comemora a independência do Brasil (7 de setembro). O evento, que se assemelha à “Black Friday”, é promovido pelo Governo Federal em parceria com varejistas brasileiros.
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O evento foi pensado para ser “a primeira data comemorativa do varejo após a reabertura do comércio” devido a pandemia, de acordo com o Governo Federal. A ação reúne lojas de diferentes setores: desde alimentação e roupas até brinquedos, eletrônicos e eletrodomésticos.
A Semana do Brasil é coordenada este ano pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). A ideia é atrair clientes oferecendo descontos para aquecer o comércio do País que está em recessão em um período que já é normalmente marcado pela baixa demanda por produtos nesses meses que antecedem o Natal.
Esse é o segundo ano da campanha que em 2019 teve resultados positivos: segundo números levantados pela Ebit/Nielsen, o aumento em transações online durante o evento no ano passado foi de 41%, enquanto as vendas no varejo presencial cresceram 11,3%.
Lojas em promoção
Tanto lojas físicas quanto e-commerce podem participar do evento. Segundo o Governo Federal, a Semana do Brasil 2020 já conta com a parceria de 83 associações do comércio varejista. Em 2019, a campanha contou com 2.800 lojistas incluindo redes famosas, como Americanas, Ponto Frio, Casas Bahia e Magazine Luiza.
A expectativa é de que milhares de comércios apresentem, mas ainda não foi divulgadas as lojas participantes, assim como o valor dos descontos, que serão diferentes para cada estabelecimento. A lista completa de estabelecimentos será divulgada a página oficial do evento.
A Semana do Brasil 2020 não tem um site que concentra as principais ofertas nem garantia que os descontos são verdadeiros. Por enquanto, os organizadores oferecem apenas o cadastro de e-mail e um grupo de WhatsApp para receber promoções.
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Pernambuco
Alguns shoppings do Grande Recife estão anunciando adesão a Semana do Brasil. O Shopping Guararapes participará da segunda edição da campanha com praticamente 90% das lojas ofertando descontos nos segmentos de vestuário, calçados, infantil, tecnologia, alimentação e eletroeletrônicos. O Shopping Recife terá descontos em setores como moda, eletrônicos e perfumaria e cosméticos.
Tanto o Shopping Patteo Olinda como o Shopping Boa Vista irão participar e divulgarão promoções em suas redes sociais. No Plaza Shopping, as promoções abrangem produtos como vestuário adulto e infantil, calçados, acessórios, perfumaria, cosméticos e serviços de estética e beleza. As lojas estarão com descontos de até 50%.
O Shopping Costa Dourada, localizado no Cabo de Santo Agostinho, estará participando com diversas operações dando descontos de até 70% em suas lojas. O Camará Shopping, em Camaragibe, também irá participar do evento. No River Shopping, em Petrolina, os descontos são escolhidos individualmente por cada operação, podendo chegar a até 70%.
Segurança
A organização da Semana do Brasil 2020 não divulga se toma medidas para garantir que as lojas participantes cumpram com as promessas da campanha, então é preciso tomar cuidados. Medidas como evitar sites com erros ortográficos ou não seguros acabam não sendo válidas para o evento: o principal site que promove a Semana do Brasil tem conteúdo com erros e não conta com certificado de segurança.
Contudo, é possível tomar cuidado de outras formas. A especialista em direito do consumidor, Alessandra Bahia, explica o que o consumidor de e-commerce deve estar atento. “Sempre pesquisar. Você deve procurar o que as pessoas estão falando em sites como Reclame Aqui ou em comentários do próprio site da loja”, comenta. Ao acessar a página, também é importante ver se a loja dispõe de CNPJ, endereço e algo que identifique aquele negócio.
Os negócios onlines, inclusive, têm a obrigação de dispor dos valores nas “vitrines virtuais” assim como acontece nas lojas físicas. E na hora de comprar virtualmente é aconselhável optar pela forma de pagamento no cartão de crédito, considerada a alternativa mais segura. “Muitos bancos já oferecem cartões virtuais que são gerados provisoriamente. Então se acontecer de seus dados serem coletados, o cartão vai expirar eventualmente”, reforça a advogada.
A pior opção é comprar no boleto. “Qualquer pessoa pode gerar um boleto hoje em dia. Não há segurança nem garantia de que você está pagando para a loja, que pode ser inclusive de fachada. A “loja” pode criar uma conta fantasma com o nome e você não vai poder nem rastrear”, alerta Alessandra. Ela também lembra que quando você não compra no estabelecimento físico, você tem direito de estornar a compra em até sete dias.
E para quem for comprar nas lojas físicas, é importante saber que não só os estabelecimentos têm o dever de expor os preços na vitrine - sem obrigar que o consumidor precise entrar na loja para saber - mas também precisam ser claros. “É comum vermos etiquetas amarelas para 20% e verde 30%, por exemplo, mas o consumidor não deve ter o trabalho de procurar, porque a redução precisa está clara na etiqueta”, comentar.
A mesma recomendação vale para as parcelas de um produto. Alessandra comenta que os valores precisam estar claros e legíveis. “Não pode colocar o valor à vista grande e as parcelas com taxas e juros a prazo bem pequenos. Todos os encargos precisam estar dispostos de forma que o consumidor possa ver”, explica. E ao observar alguma publicidade enganosa, o consumidor deve acionar o Procon e órgãos de defesa do consumidor para que a empresa seja responsabilizada e “futuramente isso não se repita”.
Para saber se as promoções são verdadeiras, sejam em lojas físicas ou virtuais, o importante é saber quanto aquele produto era vendido na semana anterior, ou seja, é recomendável verificar as ofertas antecipadamente. Mas caso não tenha feito isso, é possível utilizar sites como o Zoom, que compara preços, muito utilizado na Black Friday para confirmar se um produto realmente baixou o valor.
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