Retomando espaço na oferta de crédito imobiliário, a Caixa Econômica Federal chegou a uma carteira de R$ 500 bilhões e, nesta quarta-feira (14), anunciou novas medidas para manter em alta as contratações. De acordo com o presidente do banco público, Pedro Guimarães, haverá redução de juros para os contratos indexados à Taxa Referencial (TR), atualmente zerada. O banco também está ampliando o prazo de adesão à carência de seis meses para pagamento de parcelas da casa própria, além de permitir que os mutuários retomem os pagamentos arcando com até 50% da prestação. Com as medidas, a expectativa é beneficiar 830 mil famílias, alocando R$ 83 bilhões entre novos negócios e renegociações.
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Interessada em aproveitar o bom momento vivido pelo mercado imobiliário, mesmo com a pandemia da covid-19, a Caixa está ampliando a aposta que fez alguns meses atrás, quando passou a permitir o congelamento de prestações de imóveis e a carência para início do pagamento das parcelas. Agora, o banco está ampliando o prazo de adesão à medida até o dia 30 de dezembro. Os contratos fechados até essa data terão seis meses de carência para iniciar o pagamento das prestações.
"Ainda estamos com os efeitos da pandemia. Apesar do preço dos imóveis estarem se recuperando, entendemos que há enorme espaço para a população continuar a realizar esse investimento (compra da casa própria) com essa carência para imóveis novos até o dia 30 de dezembro", disse Guimarães.
Com a ampliação do prazo de adesão à carência, espera-se beneficiar 30 mil clientes até o fim do ano, na estimativa do banco. Desde abril, a Caixa já beneficiou 2,5 milhões de mutuários com a suspensão de pagamentos. O banco também possibilitou o prazo de carência de seis encargos para contratos de financiamento de imóveis novos e a renegociação de contratos com clientes em atraso entre 61 e 180 dias, permitindo a pausa das prestações desde março.
Pagamento parcial
Para aqueles que já aderiram à suspensão e estão em vias de retomar os pagamentos, a Caixa também passou a permitir uma redução de até 50% no valor das prestações. Conforme perfil, o cliente poderá reduzir em 25% o valor total da prestação por até seis meses (pagando 75%), ou reduzir entre 25% a 50% por até três meses (pagando de 50% a 75%).
"Se a prestação for de R$ 2 mil, pode pagar R$ 1,5 mil por seis meses. No caso de uma redução maior, por até três meses, uma prestação no mesmo valor por ir para R$ 1 mil. O que estamos fazendo é nessa volta da pausa, dar a possibilidade de pagar menos nas parcelas. Esse é nosso incentivo para quem ainda está com dificuldades, e possa voltar a pagar de uma maneira mais suave", exemplificou o presidente da Caixa.
O banco, no entanto, não deixou claro como será feito o pagamento do valor remanescente, mas garante que mais de 620 mil clientes serão beneficiados. A medida pode ser aderida através do aplicativo Caixa Habitação.
Redução de juros
A partir do dia 22 de outubro, a Caixa também passa a oferecer a linha de financiamento imobiliário atrelada à TR com taxa mínima de 6,25% + TR. O banco trabalhava com uma taxa mínima de 6,50% + TR. A taxa máxima, que era de 8,50% + TR, cai para 8% +TR. A redução vale para os financiamentos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) de pessoas físicas.
A linha atrelada à TR é uma das oferecidas pelo banco público a pessoas físicas. Na Caixa também é possível contratar com IPCA + 2,95% (taxa mínima) e Prefixado, 8% na taxa mínima.
As medidas chegam anunciadas hoje pela Caixa chegam ao mercado com promessa de impulsionamento das contratações nessas condições nos feirões online que serão promovidos entre este mês e novembro.
O saldo da carteira de crédito habitacional da Caixa cresceu 13,4% desde janeiro de 2019, quando totalizava R$ 441 bilhões. Somente nesta gestão, desde o início do ano passado, foram concedidos R$ 172 bilhões em crédito imobiliário, beneficiando 887 mil famílias e 2,8 milhões de pessoas.
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