Covid-19

Impedidos de trabalhar nas praias nos finais de semana, barraqueiros do Recife cobram apoio do governo

De acordo com novo decreto assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB), até o dia 17 de março, praias, clubes sociais e parques do Estado serão fechados aos sábados e domingos

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Renata Monteiro

Publicado em 01/03/2021 às 18:34 | Atualizado em 02/03/2021 às 18:01
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As novas medidas de restrição anunciadas na tarde desta segunda-feira (1º) para tentar frear o avanço da covid-19 em Pernambuco pegaram de surpresa e revoltaram a Associação de Barraqueiros da Orla de Boa Viagem. De acordo com novo decreto assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB), até o dia 17 de março, praias, clubes sociais e parques do Estado serão fechados nos finais de semana. Nas praias, só estarão liberadas atividades esportivas individuais no período.

"Nós não esperávamos que isso acontecesse novamente, até porque vínhamos cumprindo todos os protocolos determinados. Agora se a população não está fazendo a parte dela, eu creio que os barraqueiros não têm culpa. Tudo o que foi definido com a prefeitura e com o governo com relação ao distanciamento, uso de máscara e demais ações preventivas a gente vem cumprindo, então não podemos pagar o preço por conta da atitude de outras pessoas", disparou Severino da Silva Duda, presidente da associação que atualmente representa 476 barraqueiros que atuam na Zona Sul do Recife.

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Conforme anunciou o Palácio do Campo das Princesas, a partir de quarta-feira (3) estarão proibidas em todo o Estado atividades não essenciais das 20h às 5h, de segunda a sexta, e durante todo o dia aos sábados e domingos. Segundo o governador, a decisão foi tomada porque, mesmo com a abertura de novos leitos de UTI nas últimas semanas, atualmente Pernambuco tem 93% dos leitos de terapia intensiva ocupados e as contaminações e hospitalizações decorrentes da covid-19 estão em aceleração.

Severino argumenta, porém, que os barraqueiros do Recife não têm recebido nenhum apoio financeiro das gestões municipal ou estadual e que é grande a preocupação do grupo com as novas restrições, ainda mais neste momento, quando se aproxima a baixa estação. "O movimento já vem diminuindo bastante, se a gente deixar de trabalhar no fim de semana, como vamos sobreviver?", questionou.

O presidente da associação informou, também, que caso os trabalhadores não recebam nenhum tipo de apoio do Executivo, eles irão se organizar para realizar protestos na cidade. "Eu esperava que o governo pelo menos chamasse os representantes dos barraqueiros para conversar e mostrar o que poderia ser feito para nos ajudar nesse momento. Se a situação já estava difícil, agora é que vai piorar, porque essas pessoas dependem da renda da praia. Eu vou tentar falar com o secretário e se ele não atender, essa semana mesmo nós vamos voltar a protestar", cravou Severino.

Reforço hospitalar

Durante o anúncio das novas restrições, Paulo Câmara também informou que mais leitos de UTI serão abertos no Estado para atender pacientes com covid-19. "Amanhã, teremos 18 novos leitos no Hospital Agamenon Magalhães em funcionamento, e até o final da semana chegaremos a 50 novas vagas. Estamos trabalhando com dedicação total para colocar em funcionamento a segunda maior rede de leitos de terapia intensiva do País", declarou o governador, que seguirá para Brasília nesta terça-feira (2) para negociar a aquisição direta da vacina Sputinik V.

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