SUSTENTABILIDADE

Chesf vai realizar leilão de certificado de energia limpa

Virtual, o evento será realizado no próximo dia 26. A venda dos certificados é um mercado que tende a crescer muito, segundo o presidente da Chesf, Fábio Alves

Angela Fernanda Belfort
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Angela Fernanda Belfort
Publicado em 12/03/2021 às 18:56
ARNALDO CARVALHO/ACERVO JC IMAGEM
A Chesf vai vender certificados de energia renovável das usinas eólicas Casa Nova II e Casa Nova III, localizadas na Bahia - FOTO: ARNALDO CARVALHO/ACERVO JC IMAGEM
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Nestes tempos em que é urgente o enfrentamento às mudanças climáticas, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) está iniciando um negócio ligado ao futuro: a venda do Certificado Internacional de Energia Renovável, que na sigla em inglês é o I-REC (International Renewable Energy Certificate). Na prática, é um selo concedido dentro de padrões internacionais, garantindo que a energia que está sendo consumida é gerada por uma fonte limpa e a sua produção não joga gases que contribuem para o aquecimento global na atmosfera. A estatal vai realizar o primeiro leilão de I-RECs no próximo dia 26 de março.

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A Chesf está com duas usinas eólicas habilitadas para vender os certificados: a Casa Nova II e Casa Nova III, ambas localizadas na Bahia. O leilão será virtual e o lance mínimo que uma empresa poderá dar é de 10 mil I-RECs. Um I-REC é igual a um megawatt-hora (MWh) de energia, correspondenndo a mil quilowatts-hora (kWh). Todas as siglas citadas são usadas para medir a energia. Como parte da estratégia de quem deseja vender, o presidente da Chesf, Fábio Alves, não diz quanto a estatal pretende comercializar no leilão. "No futuro, esta é uma receita que poderá ser relevante. A Tesla (empresa que ficou conhecida por fabricar o carro elétrico ) hoje fatura mais com a venda de certificados do que com os veículos", compara Fábio.

O edital do leilão foi publicado na terça-feira (09). Os interessados em participar devem entrar na plataforma do Instituto Totum(https://www.institutototum.com.br/index.php/servicos/273-i-rec ), para os empreendimentos de fonte eólica Casa Nova II e Casa Nova III. A Chesf pretende certificar outras usinas geradoras, expandindo a venda dos certificados.

Segundo Fábio, a demanda por esses certificados deve aumentar com o tempo. "É importante esta comercialização porque abre uma nova perspectiva de negócio. As empresas hoje buscam energia limpa por causa das questões climáticas e das exigências da sociedade. Isso vai ser cada vez mais valorizado, porque tem que se preparar o mundo para as próximas gerações. E essas medidas têm que ser tomadas agora", comenta Fábio.

Hoje, os consumidores compram a energia e não sabem como ela é produzida. O I-REC identifica como e onde a energia é gerada. Tanto que primeiro, é certificada a usina geradora (da energia) e somente depois disso é que a empresa consegue o I-REC ( o certificado).

As grandes companhias que aderiram aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceram metas para, dentro de um prazo não muito longo, consumirem somente energia limpa.Uma parte da energia é produzida queimando combustível fóssil, o que contribui para o aquecimento global.

Toda a produção de energia da Chesf vem de fontes limpas: a geração hidráulica, a éolica e a solar, numa escala experimental. "Dentro deste cenário, a eólica será mais valorizada", afirma Fábio. A estatal tem uma capacidade instalada para gerar 10,3 mil MW. Desse total, a capacidade instalada de geração eólica é de 100 MW. É uma das maiores geradoras do País e em 2019 registrou um lucro de R$ 3,48 bilhões. Com sede no Recife, a empresa tem 2970 funcionários, incluindo profissionais especializados em geração e comercialização de energia. Atualmente, a companhia faz parte do programa de privatização do governo federal que tramita no Congresso Nacional.

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