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Apesce pede igualdade no tratamento com outros serviços durante lockdown em Pernambuco

Associação de shoppings centers questiona o funcionamento de outras lojas, como concessionárias de veículos, e pontua para segurança sanitária dos malls

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JC

Publicado em 17/03/2021 às 18:43 | Atualizado em 17/03/2021 às 20:47
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O presidente da Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), Paulo Carneiro, esteve reunido nesta quarta-feira (17) com o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Geraldo Júlio. No encontro, a associação que representa os interesses da indústria dos shopping centers, pediu mais isonomia com o setor, que deverá cumprir quarentena entre esta quinta-feira (18) e o próximo dia 28 de março. O shoppings deverão ficar fechados ao público, como prevê o decreto número 50.433, do governo do Estado.  

Uma das ponderações da Apesce foi em relação ao tratamento diferenciado em relação aos shoppings, considerando que vários setores vão poder funcionar, como indústria, construção civil, lojas de informática e até concessionárias de veículos.

“Mostramos que os shoppings são, reconhecidamente, ambientes controlados, cumprindo protocolos rígidos, fazendo aferição de temperatura e com oferta de álcool, além de ter orientação permanente para uso de máscara, distanciamento, entre outros aspectos”, disse Paulo Carneiro, presidente da associação.

Os shoppings já vinham com redução de horário de funcionamento e não vão poder abrir várias atividades que estarão liberadas na rua, tais como farmácia, produtos de informática e vários outros. “Os cerca de 4 mil lojistas, em sua maioria micro e pequenos empresários, e os cerca de 50 mil funcionários, cobram bastante como o mesmo tipo de atividade funciona fora e não pode abrir no shopping”, afirmou Carneiro.

Na reunião com o secretário Geraldo Julio foi colocada ainda a questão de que supermercados em shoppings podem vender, além dos essenciais como gêneros alimentícios, vários tipos de produtos, como informática e eletrodomésticos, por exemplo, mas ao seu lado, as lojas especializadas não podem abrir as portas.

“Discutimos a incongruência do que foi considerado essencial e a concorrência desleal entre setores do varejo por estarem fora ou dentro do shopping. Haverá empregado de loja de segunda linha que vê seus colegas continuarem faturando e eles não? Esperamos uma análise e retorno rápido do governo para corrigir este tratamento desigual dados aos varejistas e seus inúmeros empregados, para que possamos contribuir no combate à propagação do vírus, mas sem enfraquecer ainda mais a economia. Isso é fruto da falta de diálogo com os setores econômicos antes deste decreto”, finalizou.

Aberto canal de diálogos

Ainda nesta quarta-feira, representantes do Movimento Pró-Pernambuco (MPP), coletivo empresarial que reúne dezenas de organizações com atuação no Estado, como Fecomércio-PE, Fiepe, Abrasel, Apesce, CDL Recife, Ademi-PE, entre outras, também se reuniram o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio.

Na última terça-feira (16), membros do MPP se encontraram virtualmente com a secretária executiva de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Ana Paula Vilaça, e com o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes, para iniciar o processo de diálogo reivindicado pelo grupo. O ex-prefeito do Recife não teria participado desta primeira reunião porque, de acordo com o MPP, estaria em Brasília cumprindo agenda relacionada à pasta.

"Os secretários nos passaram várias informações e conseguimos abrir um canal de diálogo mais permanente com o governo do Estado. Isso ajuda muito na legitimidade das decisões que o governo tem tomado e também ajuda na eficácia das ações, porque a partir do momento que o setor produtivo é ouvido e passa a ajudar com a sintonia fina, não com as diretrizes gerais, conseguimos reduzir bastante os impactos desnecessários das medidas mais restritivas", afirmou Avelar Loureiro Filho, presidente do MPP, frisando que o coletivo não é contrário à implementação da quarentena em Pernambuco.

Na segunda-feira (15), ao criticar o posicionamento do governo com relação à divulgação de medidas restritivas junto ao setor produtivo, o MPP cobrou também um assento para o grupo no comitê estadual que analisa as questões relativas à evolução da covid-19 em Pernambuco. Segundo Avelar, esse também foi um tema abordado nas reuniões seguintes.

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